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setembro 28, 2004

eles são uma autêntica praga!
idades compreendidas entre os 17 e os 20 anos, sorrisos pepsodent (ou colgate, para quem não foi da 1ª), roupinhas zara com todas as cores do arco-íris a dançarem naqueles corpos que sobem e descem a rua augusta, a rua do carmo e o rossio.
infelizmente, eu tenho de os gramar todos os dias porque trabalho ali, nas redondezas.
uma pessoa vai percebendo que não é pisando o pé de um miúdo que os conseguimos fazer sair do caminho. e também não passa por simplesmente ignorá-lo, porque se ele não se toca e persegue-te durante 20 metros, começas a sentir ganas de lhe partir o nariz.
há uns tempos atrás, descobri que, se disser - com ar de enfado - que trabalho naquela rua, eles baixam os papeluchos e as canetas e começam à procura da próxima ovelha.
hoje, contudo, descobri - finalmente! - como aterrorizá-los (a eles e a elas).
desço a rua do carmo até à tabacaria comprar uma revista de bd e uma miúda com uma t-shirt de um verde nauseante (e a doença alastrava-se a itens tão variados quanto os sapatos e o cinto e uma espécie de beret) interrompe-me a travessia. "boa tarde! [sorriso pepsodent] a senhora [ok. senhora? vamos deixar passar. se calhar ainda estou com cara de quem não dormiu] importa-se de responder a umas perguntas?" e segue-se o blá-blá-blá que nunca suporto ouvir. o meu olhar examina-a de cima a baixo, detém-se nas mamas. não usa soutien com armação ou «bolsas de silicone», whatever that may be. arrendondadas, pequenas, mas sugestivas. ela percebe que eu não estou a ouvir peva do que ela está a dizer e quando percebe o meu olhar, sorrio e suspiro: "és bem bonita, tu."
eu acho que isto resolveu todos os meus problemas. quando fiz o caminho de regresso, pela rua do carmo acima, senti-me uma personagem do êxodo bíblico diante do mar vermelho.
las mujeres-magas [ii] Posted by Hello



edvard munch, madonna (1893/1894)
roubada em agosto deste ano do munch museet em oslo
reescrita iv

caminho apressada.
caminho apressada para ir ter contigo antes que partas definitivamente. antes que me esqueças. eu não te esquecerei. caminho a chorar porque sei que já me esqueces. mesmo agora, quando me beijas as lágrimas e as tuas mãos me erguem o vestido. o vento sussurra cheio de ciúmes e fustiga-nos a pele suada.

a primeira coisa que notei ao entrar no único clube nocturno da ilha, instalado numa cave enorme, foi a cerrada névoa de tabaco expelido que ali se concentrava viciosamente. a cantora era outra que não susana, a minha ex-relação extra-conjugal. esta voz era mais rouca, mais lenta e menos amena. devia ser por esta nova cantora que, naquela noite, o clube estava a abarrotar. ao balcão, tive de berrar para que o barman despertasse do seu devaneio, também ele concentrado na figura feminina no cimo do palco, cheia de promessas na garganta.
quando já tinha o meu vodka na mão, voltei-me teatralmente no banco e fiquei perplexo, duvidoso das minhas faculdades visuais. o vodka não me soube tão deliciosamente vulcânico como de costume.
naquele estrado, rodeado de reposteiros vermelhos envelhecidos, poeirentos e com alguns ferimentos de guerra, guerreava sibele com a sua própria consciência. todos quanto assistiam, estavam estáticos, apesar de nada calados. observavam-na. alimentavam-se dela, com olhares cobertos de avidez sexual. os rostos daqueles homens, novos e velhos, casados, a maior parte, diziam-me muito. viam sibele nas suas camas, a falar-lhes com aquela voz que nada tinha da sua voz normal, porejando debaixo dos seus corpos. a atmosfera ia ficando impregnada de um cheiro a esperma e a frustrações.
abstraí todas aquelas anotações mentais, concentrando-me nela. a cada lento minuto, também eu lhe ia despindo uma peça de roupa e a cada lento minuto, eu e ela ficávamos mais sozinhos naquele lugar infecto.

setembro 27, 2004

las mujeres-magas [i] Posted by Hello



toulouse-lautrec, seule (1896)
Blogger Ghibli disse...

Nunca Toulouse-Lautrec me tinha dito tanto como nesta imagem...aqui...sozinha em casa...a ver o teu blog!

28/9/04 11:50  

diz ...

o homem sem pêlos

era, até hoje, um mito urbano pessoal. sempre acreditei que, algures no mundo, existiria uma pessoa sem os atributos da pilosidade.
de estatura mediana, sem sobrancelhas, sem um fio de cabelo, sem pestanas, sem tufos de pêlo nas mãos, nos nós dos dedos, nos braços, nos antebraços, no peito, nas pernas, no ventre e nas áreas pudendas (não posso chamar-lhe genitais porque não sei nem quero saber das intenções de procriar ou não do senhor em questão; não poderia nunca chamar-lhe zona erógena, porque não dará tesão a ninguém ver o que eu vi).
sentada no autocarro, em plena luz do dia, perto do saldanha, ao ver aquele ser mitológico masturbar-se com tanto empenho e satisfação entre um semáforo e uma lona de um prédio em reconstrução, só consegui pensar nas possíveis mutações genéticas que teriam permitido aquele espectáculo.
reescrita iii

galhos nus cativam a atenção da neve que, solitária, desce sobre eles, abençoada e ali faz o seu ninho de inverno. junto a uma dessas árvores dou o meu primeiro beijo. o vento sussurra por entre casas abandonadas.

a ida à praia foi um impulso. nem sei se algo me dizia que ela lá estaria ou não, mas sibele lá estava, calma e sorridente, recebendo os primeiros raios de sol.
- o nascer do sol é sempre deslumbrante, não achas?
- prefiro o crepúsculo. O nascer do sol é-te mais esteticamente agradável de ver que um homem morto?
um simples sorriso maternal alforou-lhe aos lábios e depressa se transformou num riso condescendente cujo eco se escutava pela areia molhada.
- tens algum problema em relação ao crime que cometi? achas que o facto de ter morto alguém condiciona as minhas acções presentes?
- claro.
- claro porquê? não vejo nada de óbvio nisso. foi algo pontual, aconteceu num momento que quase não ocupa espaço na minha vida. não tornei a fazê-lo. não tenciono matar de novo.
- como podes estar tão segura? foi uma decisão, a morte do teu irmão?
- é sempre uma decisão a morte de alguém.
permanecemos em silêncio, so sol descendo sobre o seu rosto, fazendo-a parecer mais delicada, mais mulher ainda.
- o que é que te passa pela cabeça quando me olhas desse jeito?
- que amavas o teu irmão. que és instável. que amas demasiado a vida.
- a minha vida.
- não creio que seja apenas a tua vida. há qualquer coisa mais relativamente ao teu irmão que não contaste.
- o que é que estás à espera de ouvir?
- nada que não seja verdade.
subimos a falésia e, no cimo, sibele, com uma voz extremamente meiga, sussurrou:
- o nascer do sol é o nascer de tudo, é um renascer simbólico. de vez em quando, todos deveriam deixar as vidas monótonas que têm e partir para longe, começar de outra forma. e quando essa vida se tornar monótona também, partir de novo. mas as pessoas não raciocinam, não reflectem, não ponderam sobre nada que lhes possa custar mais de cinco minutos do seu precioso tempo. há decisões que levam uma vida inteira a serem pensadas... a vida é uma semente. uma semente que, ou cresce e torna-se flor e desabrocha, linda e fresca, ou então, não cresce, agoniza e morre antes de uma vida.
- foi o que te aconteceu?
hesitante, a resposta veio por fim, com um suspiro.
- talvez. talvez tenha sido exactamente isso que me aconteceu.
voi ch'ascoltate: sono perduta [i]

tudo branco. se fechasse os olhos, tudo o que veria seria uma grande mancha de branco, o oposto daquilo que via com os olhos bem abertos. estava nu, no meio de um corredor. pelo menos, parecia-lhe ser um corredor, mas já não tinha a certeza de nada. gotas de suor ensopavam-lhe os cabelos e uma mão trémula encostava-se naquilo que sentia ser uma parede, tentando recuperar o equilíbrio que não se lembrava de ter perdido muito menos como. se nem sequer sabia como tinha chegado ali, ou onde estava.
seria o mesmo homem? claro que sim, teimou: recordava-se da doçura da sua mulher quando, durante o sono, procurava os seus braços. lembrava-se do cheiro do café pela manhã. um ruído do outro lado da parede fê-lo saltar. o chão, no entanto, parecia desaparecer, aos poucos, mas não se sentia a cair.
a carpete espessa abafava-lhe os passos mas não os daquele outro ser vivo do outro lado da parede. o medo paralisou-o. os cheiros que lhe assomavam ao nariz eram demasiado estranhos e fortes, pouco indulgentes. subitamente, o ruído enervante de uma porta há muito por abrir encheu o ar naquele espaço imensurável. estaria realmente num corredor? podia ser uma sala. de formato estranho, mas uma sala. forçou-se a dar um passo em frente. stravinsky agitava-se lá dentro, saía pela porta juntamente com a luz alaranjada e vagamente doentia. "e l'occhio vostro pur a terra mira; onde vi batte chi tutto discerne"[1], repetia aquele professor de literatura italiana, vezes sem conta.
"onde vi batte chi tutto discerne". os seus pés arrastavam-se. ia cair, tinha a certeza, mas também estava certo de que havia chão debaixo deles. cair como? cair para dentro, talvez. mas tudo ia ficando cada vez mais nebuloso à medida a que se ia aproximando da porta que o convidava. sacudiu uma aranha teimosa e inspirou fundo. como se se preparasse para nadar para longe.
"onde vi batte chi tutto discerne", murmurou. era aquela a sua voz? já não se lembrava.

[1] Dante Alighieri, La Divina Commedìa, XIV, vv.150-151
hoje sou uma destas papoilas. o vento passa por aqui e deixa-me continuar cá. Posted by Hello


vincent van gogh, field with poppies (auvers-sur-oise, junho 1890)

setembro 26, 2004

como é que eu resolvo este dilema?
só quero ter o meu cantinho, a minha casa (em lx, de preferência).
mas ao comprar casa agora estaria a inviabilizar a realização de muitas viagens.
será que preciso realmente de casa?
será que preciso mesmo de fazer essas viagens para viajar?
Blogger Unknown disse...

É uma boa ideia, a casa. Afinal podemos nunca saber para onde vamos mas saber sempre para onde queremos voltar.

26/9/04 21:29  
Anonymous Anónimo disse...

cara senhora: pegue em si e pense se vale mais a pena viajar sozinha ou acompanhada. Depois disso arranque para a sua decisão. 1 grande abraço,amiga! Almoçamos esta semana? Mas que belo dia está hoje!

27/9/04 10:49  

diz ...

gosto de fumar um cohiba de vez em quando, ao final do dia, depois do trabalho, sobretudo durante o outono e o inverno.
gosto das minhas orelhas, pequenas e de curvas delicadas.
gosto das minhas mãos e das possibilidades de movimento que elas encerram.
gosto de ir no carro com a marta e a sónia até um sítio qualquer e pararmos para ver o sol descer por detrás do mar, em silêncio.
gosto de um campo aberto no estio.
gosto de sorrisos enviesados e de mãos atrapalhadas.
Anonymous Anónimo disse...

cara senhora: os nossos Cohiba! Agora diga lá com quem ganhou o gosto ;-)

27/9/04 10:51  
Blogger cassandra disse...

caro vincent, sois o mestre do cohiba! (vemo-nos dia 4, não te esqueças)

27/9/04 19:42  

diz ...

estava longe. pensava eu que estava longe o suficiente. o vento a fustigar-me a pele, os pés adormecidos, as mãos geladas e um sorriso que não compreendia. sonhei que estava longe num lugar indizível mas claramente deste planeta. havia água. crianças esfarrapadas brincavam com cães, o pó das ruas levantava-se à passagem de carros. vozes distantes cortavam o ar. um ar estranho e pesado.
e acordei. não percebi nada do sonho e acordei com a sensação de que havia nele uma mensagem que eu devia ter entendido. estou a escrever e sinto o cheiro a lixo e a excrementos no ar, tal e qual como no sonho. sinto-me sufocar como no sonho. quero perceber o significado daquele sorriso nos meus lábios.
em londres, a voz de cristina branco calou-os. seguem-se os sons das danças ocultas. será que vão ficar quietos? Posted by Hello

então que eu passe em grupo sem ser visto,
sendo um nas contas dessa feitoria;
tem-me em nada, se te agradar registo
de que este nada em ti é doçaria.

shakespeare cantado por ela.

setembro 25, 2004

The cat slept with his forelegs tucked under his body, his face buried in his tail. he purred loudly at first, then more quietly, until he entered a state of complete and silent sleep, all defences down. I sat in a sunny spot on the veranda, stroking him gently so as not to wake him. I had not thought about the cat's special soft, warm touch for a very long time. So much had been happening to me that I had all but forgotten that the cat had disappeared. Holding this soft, small living creature in my lap this way, though, and seeing how it slept with complete trust in me, I felt a warm rush in my chest.

haruki murakami, the wind-up bird chronicle (vintage, 2003)
mas o melhor do dia de hoje foi chegar a casa e saber que queria muito ouvir musentango Posted by Hello

nunca gostei de cães. já fui perseguida por uns, mordida por outro. e eles sabem que eu não tenho muita paciência para eles. a minha opinião mudou quando conheci um pequenote igual a um outro que vi no espirro. Posted by Hello

Blogger rupigo disse...

;)

26/9/04 16:20  

diz ...

quando tinha 4 anos, achei o miau perto de umas silvas e fiquei com ele até ele ser atropelado (a minha mãe tinha a jessica, saída de uma soap opera qualquer).
aos 7 anos, noutra cidade, achei um tigre em miniatura e chamei-lhe tolstoi.
depois, alguém nos entregou o pushkin, que viria a ser transferido para o campo (os ruídos da cidade deixaram-no neurótico).
a mischka recebêmo-la quando nos mudámos a última vez, em 1996. está bem viva e linda: é uma gata birmanesa que faz as delícias dos gatos da vizinhança, sem saberem que, na verdade, ela os despreza. Posted by Hello

"ó mãe, eu quero um tigre! dás-me um pelo natal?"
"desarrumava-te o quarto todo! mas se queres um tigre, um tigre será. de peluche, tá, querida?"
Blogger Carla de Elsinore disse...

não me lembro bem do caminho percorrido para chegar aqui mas sinto-me bem. quase em casa.

1/10/04 04:53  
Blogger cassandra disse...

és um doce, carla. obrigada :)

6/10/04 23:34  

diz ...

setembro 24, 2004

vénus em semiquadratura com júpiter <1º

tendência a ser indulgente com os seus próprios excessos sexuais ou com o que quer que lhe dê prazer. não se sentirá confortável com alguém demasiado reservado ou que não goste de pisar o risco. Posted by Hello

estou a ouvir uma autência pérola do pop japonês na voz de chihiro yonekura.
A canção entitula-se "will" e é o tema de abertura da animação senkai houshin engi (em inglês "soul hunter"), realizado por junji nishimura, a partir de uma série de manga shonen da autoria de ryu fujisaki.

montei-a e ainda a tenho entre as pernas. Posted by Hello
ando a receber choques eléctricos de tudo. do sol, das nuvens, das paredes que dançam, das mãos de outras pessoas quando tentam segurar-se numa curva arriscada no interior de um autocarro, o chão está electrificado, juro! mesmo a dormir sinto vibrações estranhas. será que é tudo imaginado? e se for, deixa de ser real?

setembro 22, 2004

declaração à blogosfera e bloguistas credenciados

i. este blog é meu.
ii. só meu.
iii. eu decido que mortos e que vivos têm o direito de aparecer aqui citados: tudo tem um tempo e um lugar devidos e há que respeitar a ordem natural das ideias (das minhas ideias, lembrem-se de quem é o blog!).
iv. entre trabalho, escolinha, avó que já não sabe que cara é esta que eu tenho, a lista de estações e apeadeiros por onde este comboio blogante gosta de passar será a única prejudicada.
v. a qualquer mail, eu respondo. a qualquer comentário, eu respondo. de forma educada e não muito atabalhoada, espero.
vi. reservo-me o direito de passar uma borracha em comentários de mau gosto ou que violem o ponto iii desta declaração.
vii. a pontuação empregue neste blog está sempre correcta (lembrem-se do ponto i): é a minha pontuação. o bloguista que não a compreenda ou não aceite, está, desde já, convidado a abandonar o recinto.
vii.i. assegura-me o prof. dr. ivo castro que colocar uma oração entre vírgulas, ainda que precedida da conjunção copulativa, é linguisticamente correcto.
vii.ii. o prof. dr. ivo castro desabafa e diz também que preocuparmo-nos com a correcção da escrita num contexto informal é pura perda de tempo.
viii. declaro que este blog é informal.

sem mais, fui

(tenho o tom waits à espera e o despertador vai gritar às 6 da manhã)
Blogger PreDatado disse...

sem, mais; gostei! de: ler - esta > declaração * peço; desculpa: pela? pontuação, mas é: que "eu" também; sou muito «informal». Quem. me.dera, dera; saber : escrever, coisas: assim.

PS. Vi, o, teu, comentário, no, blog, da, Ruiva, e resolvi, em, boa, hora, vir-te, visitar.

22/9/04 23:48  
Blogger Ruiva disse...

e Mainada!

Beijinhos

23/9/04 13:58  
Blogger cassandra disse...

eh pá, com reacções destas, uma pessoa até sente um calorzinho porreiro nas faces. abraços a todos

24/9/04 08:15  
Blogger inês s. disse...

tau!

25/9/04 20:54  

diz ...

amanhã vou ver "carne fresca, procura-se" de anders t. jensen. naqueles armazéns espanhóis com nome importado.
reescrita ii

- qualquer um pode matar, seja uma vida, um sonho, uma recordação. qualquer um pode ser um assassino. até tu. – ela apagou o cigarro – matei um homem porque o quis fazer.
- tiveste, com certeza, um bom motivo para o fazer.
- não. – pude perceber um certo espanto nos olhos dela. – seja como for, achas mesmo que ter um motivo justifica o meu crime. apeteceu-me matar alguém.
- mas... matar o teu próprio irmão...
- ele foi o primeiro homem que me apareceu à frente naquele dia.
- e como é que classificarias essa vontade de matar?
- porque é que tenho de classificar o que quer que seja? a minha “vontade de matar”, como lhe chamaste, foi só isso mesmo. nem menos nem mais.
- foi bom encontrar-te de novo. temos de falar mais vezes. com o que vai na tua cabeça, vai ser bom aprender a conhecer-te novamente. – sorri-lhe e soergui-me.
- julgas ser capaz de analisar toda e qualquer mente? não vale a pena tentares perceber-me.
- achas que não o consigo?
- acho.
- a tua? não consigo analisar a tua mente?
- sim.
- fa-lo-ei, prometo-te. dissecarei cada impulso, cada emoção que eu note e obterei a tua personalidade. apostas?
ela já não sorria. estendeu-me a mão, como que despedindo-se, mas reteve-me a mão durante bastante tempo e com força o suficiente para eu perceber que o desafio seria grande.
- aposto a minha vida contra a tua, em como não conseguirás conhecer-me.
vi-a partir, com a luz dos candeeiros rodeados de parasitas a lampejar-lhe nos ombros escondidos e nas pernas nuas. havia cedido àquela aposta. e eu sabia que ela cumpriria a aposta se ganhasse.
Anonymous Anónimo disse...

Eu conheço a Cibelle! Será que voltou? Parabéns, Cassy, pela escrita e por tudo. 1 abraço

23/9/04 14:21  

diz ...

será que me esqueci de vestir roupas? ando nua e não me dou conta? por que é que os homens me olham tão abertamente, desde que cortei o cabelo? é uma dúvida honesta, sem segundas intenções. esclareçam-me.
Blogger cassandra disse...

oh, fiquei corada! obrigada :))

22/9/04 22:19  
Blogger cassandra disse...

um grande amigo disse que eu estava luminosa (foi isso, não foi, joão?)
e tem a ver também com a liberdade. os homens percebem isso na maneira como andamos e sorrimos.

5/10/04 18:05  

diz ...

mercúrio em trígono com neptuno (0.5º- 1º)

você aprende a conhecer as coisas e as pessoas de modo intuitivo mas também racional e tem a capacidade de ler nos outros sentimentos, pensamentos e sonhos que provavelmente nunca foram partilhados. Posted by Hello

setembro 21, 2004

reescrita i

chove lá fora e diluvia-se-me a raiva cá dentro. sei que estas minhas mãos querem sentir aquela carne palpitante ceder a um calor desprovido de mansidão. o vento sussurra por entre as canas junto ao rio.

sibele está na ilha há dois dias. no primeiro dia, vi-a entrar na pensão junto ao posto dos correios; no segundo, segui-a. comprou um quilo de maçãs e um pão integral. o sol já se punha, quando segui, de longe, os seus passos no pequeno areal perto do porto. por onde passava, deixava marcas nas pessoas, que, imediatamente, começavam a usá-la como tema de conversa. alheia à frivolidade da população local, ela sentou-se na esplanada do café berthe.
o empregado corou quando ela lhe roçou o braço enquanto pedia uma chávena de café. tirou os óculos de sol que lhe desfiguravam o rosto e sacudiu a cabeleira cheia de negrura e de brilho.
sem sequer olhar para a estrada, atravessei a rua que nos separava, aproximei-me da mesa dela e à pergunta “posso sentar-me?”, ela apenas encolheu os ombros e acendeu um cigarro sem desviar o olhar do meu. imediatamente, soltou uma baforada de nicotina e alcatrão que intentou disfarçar a expressão indiferente das rugas sob um par de olhos cansados.
- a polícia ainda te considera a principal suspeita?
o imberbe empregado abeirou-se da mesa, com o papel da conta numa mão insegura, e sibele sorriu-lhe enquanto sacudia a cinza do cigarro e tirava uma nota de uma carteira de pele vermelha bastante usada.
- sou suspeita, sim. se sou a principal ou não, não saberia dizê-lo. sou suspeita porque gosto de homens, de dinheiro e de liberdade. – o riso que se seguiu soou como um chicote no ar fresco. – mas qualquer um pode ser um assassino. – ela apontou um velho de bermudas que passeava o seu rafeiro preferido no passeio oposto.
a minha melhor amiga está grávida. e é tão bonita!
qualquer coisa entre o medo e a admiração. sem exactidão.
a lingering feeling.
braços de laranja que se estendem e espantam um azul que se acreditava acolhedor. braços que me abraçam.
o nascer do sol é todo meu na minha varanda.

setembro 20, 2004

Polzer often threw up after he left the brothel where Karl had taken him (...). He did not dare look at Milka's breasts. When Karl told him that the older lads used to go to the woods to meet Milka, he avoided touching Milka's hands when he was alone in the shop and had to take a coin from her. Milka's hands filled him with horror. Milka must have noticed that he kept out of her way and she often tried to grab him and pull him to her. Once she came across him on the dark staircase. He pressed himself against the wall in an alcove where the Saviour hung on a wooden cross. She came up to him and laughed, she could see that he was afraid. Her hands grasped him. He did not move. She fumbled with his buttons. She took hold of his penis. Milka laughed when his sperm came (...).

hermann ungar, the maimed (sawtry, daedalus ltd, 2002)
Blogger rupigo disse...

"Milka" ... what a suggestive name...

21/9/04 02:06  

diz ...

vénus em oposição a urano <0.5º

tem necessidade de estar preso e de estar livre, um conflito interior que irá sempre colocar em risco as suas relações pessoais mais íntimas. Posted by Hello
Blogger J disse...

Wow, nice picture... who is that? and who are you?

20/9/04 19:21  
Blogger cassandra disse...

her name's janelle fishman. it's a photo by ellen von unwerth, straight out of "revenge", a book published in 2003 by twin palm publishers.

20/9/04 21:17  

diz ...

cortei o cabelo.
já o tive pelas ancas, pela cintura, com permanente (sim, sim, nos malditos anos 80!), pintado de várias versões - qual delas a mais ranhosa - de ruivo.
há precisamente 5 anos, agarrei uma tesoura e, diante do espelho da casa-de-banho, sob uma luz com uma deficiência agastante, desbastei a cabeleira sem dó nem piedade. e saí à rua muito mais livre.
andava a deixá-lo crescer, a cortar-lhe as pontas de vez em quando e hoje, quando já estava a chegar a meio das costas (crescem rápido, estes sacaninhas), ceifaram-no. quase todo.
agora pareço eu mesma, menina de 7 anitos, mas os olhos que brilham desmentem essa impressão.
ah, e cabelinho curto não significa menos sensual!

p.s.: a rapariga que mo cortou tem aquele estilo mohawk que impressiona e é lésbica. sempre que lá vou convida-me para um cafezinho e mais qualquer coisinha (in her own words).

setembro 18, 2004

gosto de homens magros, daquela ossatura indisfarçável sob uma t-shirt e das calças que parecem nunca roçar carne alguma; nunca percebi bem porquê. mas gosto.
mercúrio em quintil com júpiter <1º

a sua moral e ética são elevadas, sendo imperativo que as pessoas mais próximas sejam da mais alta integridade. você prefere pessoas bem-educadas. Posted by Hello

setembro 17, 2004

o que é que me dizem de mijar num contexto sexual?
Blogger Unknown disse...

(risos)
É hilariante esta tua entrada.

Posso dizer que com tesão.. tudo é possível. Agora ter essa tesão, na onda do chichi, com alguém não sei.
A higiene é uma coisa social. Administrada desde tenra idade por senhores de bata branca imaculada.

18/9/04 00:08  
Blogger Miguel disse...

E julgava-me eu um panque-roquer-à-moda-antiga, chiççççççççça!!

18/9/04 13:14  
Blogger inês s. disse...

Christ!

18/9/04 13:29  

diz ...

hoje olhaste como há muito não me olhavas. e o teu cheiro, aquele teu cheiro, disse-me tudo o que queria saber. eu sabia - e tu também - que não te resistiria se me tocasses. e tu não me tocaste. as tuas unhas cravaram-se-te nas calças, os teus olhos ficaram presos aos meus seios, mas não me tocaste.
dois passos mais distante, o teu olhar mais intenso, quis seguir-te até ao fim do mundo novamente.
a rua mais bonita (hipponton odos, rhodes) Posted by Hello
falando um pouco mais a sério, cara louise b., eu gosto de mim como sou mas custou-me muito chegar até aqui e nunca tenho meias palavras para me descrever, porque os últimos 18 anos e 7 meses passei-os a analisar-me de forma constante e consciente.
hoje em dia, não admito a quem quer que seja a tentativa de me desvalorizar, a mim ou àquilo em que acredito e que defendo. tenho defeitos, sei-o bem, mas, ao contrário de muita boa gente (não sei se será esse o seu caso), aprendi a viver com eles e, de certa forma, a gozá-los.
e consigo olhar-me no espelho e sorrir diante do que vejo, com muito prazer, sim senhora!

e, a propósito do seu comentário, lembrei-me de mais uns obcecados de quem gosto muito: van gogh, araki, leonardo da vinci, brueghel, deus.

Blogger cassandra disse...

cara louise b., não faço puta de ideia quem seja a srª.
e quero que me aponte uma vírgula mal colocada.
já agora, ter cuidado com o que digo por que razão?

21/9/04 13:50  
Blogger cassandra disse...

qual é a sua concepção de intelectualóide?

21/9/04 13:54  
Blogger cassandra disse...

a cara louise b. não sabe ler.
e vou ignorá-la a partir deste instante, uma vez que não vale a pena perder tempo com gente mesquinha.
obrigada pelos seus contributos ainda que pouco ou mesmo nada eu retire deles.

21/9/04 18:39  

diz ...

não, não sou modesta. ainda não deu para perceber?
e não tenho "inclinação" para a literatura, sei lá o que é isso! só gosto de ler e sentir as palavras cá dentro.
e, é claro, sou obcecada. desde os 8 anos. por sexo, obviamente.
e gostava de não ter a sensação de estar a responder a um fantasma, essa misteriosa miss louise b. que gosta de brincar, exageradamente, com sinais de pontuação.

setembro 16, 2004

gente obcecada: agamémnon, édipo, medeia, raskolnikov, golyadkin, ulrich, joseph k., hans cartorp, scriver, franz polzer, shigekuni honda, anna édes, smiricky, justine, orlando...
gente que pretende estar obcecada: klaus klump e joseph walser.
o sr. gonçalo m. tavares não consegue terminar uma frase diante de uma mulher confiante e espirituosa e raramente consegue dizer aquilo que parece ser sua pretensão dizer.

eu gosto de gente obcecada. Posted by Hello
“é hoje”, pensou, enquanto as mãos procuravam o casaco deixado sobre as costas da cadeira. “vai ser hoje”, dizia-se, e ao mesmo tempo, queria ter a força necessária para não descer as escadas, para não abrir a porta, para não sair ao encontro daquela mulher que brilhava sob o sol de maio.
mas nunca tinha tido essa força, e queria muito conhecê-la, por isso, o sol cegou-o quando abriu a porta da rua. a custo, atravessou a estradita de pó, com a cabeça a estalar de censura. parou a alguns metros, nervoso e com vontade de voltar à sua secretária e iniciar uma nova história.
o menino sentara-se no colo dela e inventava uma coroa de margaridas e amores-perfeitos sobre os cabelos longos e avermelhados.
— pronto!
com dedos carinhosos, ela tocou, muito levemente, as pétalas das flores que a adornavam, e sorriu.

setembro 15, 2004

mal acabei o post anterior e lembrei-me de ir à chafarica.
não é que dei de caras com ossip mandelstam?
encomendei-lhe georg trakl. a emoção domina-me...
Всё в жертву памяти твоей:
И голос лиры вдохновенной,
И слезы девы воспаленной,
И трепет ревности моей,
И славы блеск, н мрак изгнанъя,
И светлых мыслей красота,
И мщенъе, бурная мечта
Ожесточенного страданъя.

aleksandr pushkin (1825)

tradução minha:

tudo sacrifico à tua memória:
a voz de uma lira inspirada,
a lágrima de uma rapariguita ardente,
a racha dos meus ciúmes,
a luz brilhante da fama, a escuridão do desterro,
a beleza dos claros pensamentos,
a vingança, tempestuoso sonho
de sofrimentos feitos carne.
será impressão minha, ou estas fotos todas distraem?
olhou a máquina de escrever como se não fosse a sua, desde sempre, e ergueu-se com um rancor estúpido contra as folhas em branco, tão sujas de tão brancas. aproximou-se da janela e as narinas inspiraram os odores da primavera com avidez. e tornou a vê-la. sentada sobre a erva ainda orvalhada, com os pés pequenos a dançar com a água cheia de folhas mortas, ria para o pequeno que, sentado um pouco mais abaixo, brincava com um gato barulhento.
a hesperus press nasceu em 2002, mas já pode contar com edgar allan poe, fyodor dostoievsky, aleksandr pushkin, dante alighieri, mikhail boulgakov, joseph conrad, sandor petofi, johann w. goethe, henry james, franz kafka e lorenzo de medici. Posted by Hello

a colecção motifs da serpent à plumes tem uns 212 títulos, contando com autores como ivo andric, kenji miyazawa, martin amis, natsume soseki, juan carlos onetti, rabinadranath tagore, entre uma centena de desconhecidos oriundos de todos os países do mundo. Posted by Hello

a pushkin press editou, entre outros, stefan zweig, soren kierkegaard, julien green, peter handke, antal szerb, henry james e italo svevo. Posted by Hello

algumas editoras inglesas e francesas ainda teimam em viver de forma doce e despretensiosa, publicando obras-primas com graça e naturalidade, sem ligar a questões mundanas como a financeira.
um dia, falirão. um dia, quando perceberam que o resto do mundo gira no sentido contrário.
no olimpo vivem uns deuses, dizem... Posted by Hello
In all the years he was employed by the bank, Franz Polzer was never out in the streets during the morning, apart from on sundays. The mornings of working-days, when the shops were open and people in a hurry jostled each other in the streets, were unknown to him. He had never been absent from the bank for a single day.
The streets through which he passed presented the same scene every morning. The blinds of the shops were being raised. Clerks were standing by the doors, waiting for their bosses. Every day he met the same people, schoolboys and schoolgirls, faded scretaries and sullen men hurrying to their offices. He made his way among these people who shared his morning hour, was one of them, hurrying, unnoticing and unnoticed.
Franz Polzer had been told that, given his abilities, he could, with industry and application, rise to a senior position in his profession. Through all the years he had never reflected on the fact that the hopes he pinned on his career had not been fulfilled. He had forgotten them. He forgot them in all the little activities into which, from the very beginning, his time had been divided up.

hermann ungar, the maimed (sawtry, daedalus ltd, 2002)
todos os dias ele a via: a estender roupa no quintal, a colher amoras nas sebes junto ao riacho, a passear com um menino pequeno, a falar sozinha por entre flores. todos os dias ele dizia que tinha de falar com ela mas acabava por se esquecer até disso enquanto a admirava, do outro lado da estrada, da janela do seu quarto minúsculo.
invejava-lhe a liberdade e o espaço imenso de que dispunha. parecia nem perceber que o tinha.
desejava-lhe a doçura do corpo, senti-lo sob os seus dedos para saber se era tão macio quanto supunha. o vestido prendia-se aqui e ali nas silvas, mas, com gestos bruscos, ela libertava-o e mantinha o tecido entre os dedos durante alguns segundos mais.
também há alguns homens no meu panteão
jeremy irons Posted by Hello

setembro 14, 2004

também há alguns homens no meu panteão
mads mikkelsen Posted by Hello

“só tu e eu é que temos fim, não o tempo”, dizia-lhe a avó de fios de prata a soltarem-se de uma trança de todos os dias, de mãos enterradas numa massa compacta que em breve seria uma tarte, uma deliciosa tarte de maçã, pela qual todos em casa ansiavam. "e quanto mais cedo perceberes isso, melhor será para ti: tu não controlas nada que não esteja dentro de ti. e as coisas hão-de sempre acontecer, não importa o muito que te esforces para o impedir.”
vestiu uma forma velha com uma fina camada de massa, calcou-a com os dedos pacientes, e salpicou-a de farinha.
ele já sabia o que ela faria de seguida: sorriu-lhe e fechou os olhos. todas as vezes que ela fazia aquela tarte, ele sabia que ela fazia magia. sentiu um dedo tocar-lhe a testa e o nariz e tornou a abrir os olhitos. “hoje fiz um boneco diferente.” o pequeno tentava focar a ponta do nariz e perceber o que é que lá estava desenhado a farinha, mas, sem sucesso, tornou a prestar atenção à velhota de avental impecável com cheiro a maçã, a leite e a sol. “és um ponto de exclamação porque os teus olhos brilham enquanto falo.”
mulheres cuja beleza me faz estremecer
sophie marceau Posted by Hello

as outras fotografias que o carlitos tirou não eram aceitáveis, mas esta é de uma doçura... Posted by Hello

mulheres cuja beleza me faz estremecer
isabelle huppert Posted by Hello

setembro 12, 2004

ando muito farta de homens.
é sempre a mesma coisa: fazem todos o mesmo, na mesma ordem, com a mesma duração.
e não estou a falar de sexo, mas de frases sem muito significado e de exigências.
a última vez que acreditei estar a fazer amor com alguém, estava, na verdade, a forçar uma ilusão. e a mecanização foi tão longe que o meu próprio corpo me repugnou.
de manhã, no espelho embaciado da casa de banho, a verdade deu-me um estalo na face: ando à procura de qualquer coisa indefinida e penso que a vou encontrar numa relação, quando, na realidade, sei - cá muito no fundo - que hei-de estar sempre em busca não importa do que for, que esse movimento deambulante interior é o que me incita a andar em frente.
eliminada esta expectativa - e a expectativa é uma assassina nata -, hesito entre a luxúria e a solidão.

estremecer de desejo.
é um desejo estranho, mas ainda assim é desejo.
mulheres cuja beleza me faz estremecer
jennifer connelly Posted by Hello

setembro 10, 2004

sine dediscere oculos tuos, escreve séneca ao seu amigo lucílio, num momento menos equilibrado da vida deste.
deixa os teus olhos desaprender.

séneca, ad lucilium epistulae morales, lib. VII, ep. LXIX
esta coisa das fotografias no blog é qualquer coisa de metafísico!
as minhas estão dependentes da recuperação de um cabo do scanner em tempos emprestado à namorada do mano.
não tenho câmara digital e odeio-as! acabaram com autênticos instrumentos de meditação artística!
madonna (ellen von unwerth, 1993) Posted by Hello