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setembro 12, 2004

ando muito farta de homens.
é sempre a mesma coisa: fazem todos o mesmo, na mesma ordem, com a mesma duração.
e não estou a falar de sexo, mas de frases sem muito significado e de exigências.
a última vez que acreditei estar a fazer amor com alguém, estava, na verdade, a forçar uma ilusão. e a mecanização foi tão longe que o meu próprio corpo me repugnou.
de manhã, no espelho embaciado da casa de banho, a verdade deu-me um estalo na face: ando à procura de qualquer coisa indefinida e penso que a vou encontrar numa relação, quando, na realidade, sei - cá muito no fundo - que hei-de estar sempre em busca não importa do que for, que esse movimento deambulante interior é o que me incita a andar em frente.
eliminada esta expectativa - e a expectativa é uma assassina nata -, hesito entre a luxúria e a solidão.