bonita/o (adj.): diz-se de um sujeito cuja beleza interior se reflecte nas acções e palavras, suscitando também uma harmonia exterior.
agosto 31, 2005
bonita/o (adj.): diz-se de um sujeito cuja beleza interior se reflecte nas acções e palavras, suscitando também uma harmonia exterior.
agosto 30, 2005
- j disse...
-
A luz é muito bela. Irradia de ti?
- cassandra disse...
-
quando cada pessoa se apercebe de algo novo em si, há uma luz que se espalha pela pele, pelos sons e formas circundantes.
na verdade, espalha-se ao redor da pessoa também, prolonga-se até às pessoas com quem ela interage ao longo desse dia e prolonga-se até ao momento em que a rotina volta a sentar-se no sítio do costume...
agosto 29, 2005
pensão
promíscuas são as sombras sobre os corpos nus
quando dolente resvala o vício
pela cama
onde a branca lava se desfez exangue
cor de sangue e manso
o outro de mim há muito q saiu
o bater no peito a frágil contrição
dum remorso cruel inquieto e mudo
mas é ali
naquela mísera nojenta e vil pensão
que os nossos corpos cintilam e se elevam
para além de tudo
fernando campos de castro, "pensão"
in aa.vv., exposição do movimento
(coimbra, a mar arte, 1999)
alucinação
o corpo
o corpo sempre
branco e leve e puro corpo que desnudo
nos flancos do peito a anémona dos dedos
nus e castos
e o esplendor nas unhas de água e lua
dos meus segredos gastos
é urgente descer
sorver o quente e no suor
tecer o rumo da luz nos quadris expostos
deixar q o sol circunde a queda da cintura
e nos olhos um pássaro de altiva cor
entre as pernas a fonte
e o silêncio despido do ardor dos cardos
deita-te comigo e crê
fecha os olhos e crê e sente e vê
como se pode morrer alucinado
nas estradas da língua
fernando campos de castro, "alucinação"
in aa.vv., exposição do movimento
(coimbra, a mar arte, 1999)
- O poeta noctívago disse...
-
A canela tem um travo ambivalente: forte e suave, como todos os sabores e fragrâncias exóticas.
Reparo que estás num pináculo de produção do teu blog. Keep it up! ;) - disse...
-
A caneleira (Cinnamomum zeylanicum, sinônimo C. verum) é uma pequena árvore com aproximadamente 10-15 m de altura, pertencendo à família Lauraceae. É nativa do Sri Lanka, no sul da Ásia. As folhas possuem um formato oval-longo com 7-18 cm de comprimento. As flores, que florescem em pequenos maços, são esverdeadas e possuem um odor distinto. A fruta, arroxeada com aproximadamente 1 centímetro, produz uma única semente.
A canela é a especiaria obtida da parte interna da casca do tronco.
A canela é conhecida desde a antiguidade e foi tão valorizada que era considerada um item a ser presenteado a monarcas e outros dignatários.
É mencionada em Êxodo 30:23, quando Moisés ordenou o uso da canela doce (em hebraico קִנָּמוֹן qinnāmôn) e cássia, e nos Provébios 7:17-18, quando o leito nupcial é perfumado com mirra, aloe vera e canela. Também se encontra mencionada por Heródoto e outros escritores clássicos.
há quem jure, ser afrodisíaca ;) - cassandra disse...
-
afrodisíaca, juras?!
uau!! - disse...
-
não juro em falso :p
só conheço um afrodisíaco ;)
a figura no espelho prefere segurar o cabelo no alto da cabeça, uns fios teimosos baloiçam perto das orelhas pequenas, os brincos agarram-nos e, ruidosos, entram na brincadeira.
ela torna a rir, deliciada com a simplicidade da beleza.
maria luísa estava em mangas de camisa,
à janela, a namorar com o aniceto,
eis senão quando, impelido pela brisa,
se estatela contra ela um insecto.
entontecido pelo forte piparote
o danado do bichinho deslizou
pelos montes que assomavam no decote
e entre eles, já cansado, se sentou.
maria luísa sentiu forte comichão
e perdida a compostura do afecto
lá lhe disse - ó aniceto, mete a mão,
mete a mão e esfrega bem, ó aniceto.
o mancebo até corou de tão perplexo,
tremeu-lhe a mão, tremeu-lhe a voz, ficou aflito
mas ela disse - ó aniceto, não é sexo,
é tudo culpa do sacana do mosquito.
desiludido o aniceto mete a mão até ao fundo
e exclamou - ó com a breca!
não queres tu ver que o mosquito dum cabrão
já se esgueirou para debaixo da cueca.
e com os dedos esguios como furões
ele avançou para as zonas proibidas
e segredou - ó meu amor, são aranhões
porque um mosquito não tem pernas tão compridas.
fernando correia pina, "der stechmücke"
in aa.vv., exposição do movimento
(coimbra, a mar arte, 1999)
xvi. as saias são o meu item preferido, sobretudo se tiverem várias cores num padrão agradável (nada de cores agressivas), que possam ser evocadas nos diferentes tops ou camisolas, sendo que estas deverão ser sempre de uma só cor.
no inverno, na primavera e no outono, é imperativo usar collants (de preferência, mi-bas): é extremamente vulgar a falta deles.
agosto 28, 2005
agosto 26, 2005
"agradeço a sua informação, que me enche de júbilo, e espero no futuro dispensar os frascos de benzina que venho utilizando para remover os restos das etiquetas que teimam em não sair com o auxílio da unha, para além de que a dita unha é inadvertidamente responsável por arrancar pedaços da própria contra-capa ou, na melhor das hipóteses, por deixar as suas marcas indeléveis bem visíveis a olho nu."
caramba, que bom que pude ajudar!
- Carla de Elsinore disse...
-
o que é que lhe disseste? (só pergunto porque é relamente importante saber)
- cassandra disse...
-
ele apresentou a queixa ontem. eu dei-lhe toda a razão e agradeci-lhe o facto de me ter enviado um mail com aquela reclamação, uma vez que a mesma ia de encontro a várias queixas minhas relativamente ao mesmo problema. depois enviei o mail para altos responsáveis que, hoje de manhã, me comunicaram que o problema estava resolvido. respondi-lhe de novo e agradeci de novo a colaboração. foi um mimo!
tenho umas colegas vibrantes: a ana e a rita.
aquele tipo de pessoa que nos força a acordar :))
xv. ser criativa, não usar o que todas usam, inventar maneiras de vestir algo perfeitamente banal. e arranjo maneira de fazer com que a roupa que uso seja a expressão o mais exacta possível da maneira como me sinto em cada dia.
xiv. se tomo banho, que sentido faz usar perfume? ponho umas gotas de loção johnson's para bebé no verão porque me lembra o cheiro da primavera.
xiii. se encontro uma peça que me fica mesmo bem, como se tivesse sido feita exclusivamente para mim, compro-a e procuro perceber o que há nela que me assenta bem. na próxima ida às compras, vou estar mais atenta a esse pormenor e a possibilidade de comprar uma coisa desadequada ao meu corpo diminui.
poupança, amigas e amigos.
xii. não vale a pena comprar todos os produtos novos que saem no mercado para aplicar no rosto, nos braços, nas pernas, o raio que o parta! é só descobrir que tipo de pele se tem e comprar o produto adequado. um só chega!
já imaginaram o dinheiro que se poupa?
x. porque uso protector solar até ficar ensopada, nunca fico bronzeada.
xi. não uso maquilhagem.
isso significa que, ao envelhecer, a minha pele vai manter-se o mais saudável possível.
ix. o tamanho ideal de uma saia minha é logo abaixo do joelho.
menos que isso e perco o respeito por mim própria. mais que isso e pareço atarracada.
agosto 25, 2005
viii. se há decote à vista, não há muita perna para ver. se ando a saltitar enfiada numa saia, não estrago a coisa com um mostruário de glândulas mamárias.
não há cá vadiagem! uma moça bem educada só mostra o que quer mostrar à(s) pessoa(s) a quem quiser mostrar.
vii. a mala deve ser castanha no inverno, bege no verão.
preta é que não pode ser! poupem-me ao mau gosto do "dá com tudo".
v. gosto de chapéus - é pancada mesmo - mas sei que não os posso usar.
what a hellish sight!
iv. a minha estrutura óssea é delicada, logo, evito o uso de colares e pulseiras. sempre preferi os brincos mesmo, são tão femininos.
e não é que sou feminina?
não se beija a exuberância, beija-se o pudor.
in marcello duarte mathias, mas é no rosto e no porte altivo do rosto
(lx, difel, 1983)
iii. o vermelho é a minha cor: tudo evolui a partir desse pressuposto. devo dizer que as cores quentes, de forma geral, funcionam bem em mim.
a fugir de: verdes (salvo um tom ou outro), azuis (excepto azul escuro) e cinzento (que pavoroso!).
(relatório final, realizado de forma rigorosa e sistemática, ao longo desta última dezena de anos, com maior disciplina nos últimos cinco anos)
i. evitar vestir preto em cima/em baixo e branco em baixo/em cima
a menos que haja intenção de parecer um pedaço perdido de um tabuleiro gigante de xadrez, o que acho, desde logo, incredível
agosto 24, 2005
perdida/o (adj.): diz-se de um sujeito em estado de entrega total e incondicional a uma acção, palavra, estado ou outro sujeito.
sol (subst. masc.): estrela maior da via láctea, fonte de luz calorífera que, em doses moderadas, suscita sensações de harmonia, paz, bem-estar e doçura.
mas não foi assim que aconteceu.
foi ali, no chão, naquele dia, em setembro, às 3h47 da madrugada, no espaço exíguo de um ralo de bidet de casa-de-banho que o bicho, a minhoca ou a centopeia ou o raio-que-a-parta-em-duas-metades-tão-microscópicas-que-
-até-parece-que-não-existe, decidiu incitar a sua trupe a invadir propriedade alheia, nomeadamente, a do vizinho do 19º esquerdo que nem sequer é simpático, vive com a mãe de 326 anos ou assim parece, tem cara de esquilo rabugento - mas, por favor, não me perguntem que cara tem um esquilo rabugento porque eu nunca vi um pessoalmente - e trabalha numa repartição estatal em que todos os segundo parecem arrastar-se em minutos que são, na verdade, horas disfarçadas com astúcia própria de guerreiros primos de genghis khan ou de attila o huno, saindo sempre à mesma hora, para conseguir apanhar sempre o meu autocarro e sempre o mesmo barco e sempre a mesma gente colorida e ensolarada, de maneira a evitar erupções cutâneas na sua vida prestativa.
o que é que eu estava a fazer em casa do meu vizinho, e, sobretudo, o que estava eu a fazer junto do bidet, tão próximo que pude testemunhar o acto daquele bicho?
agosto 22, 2005
mas realmente... alguém consegue compreender uma coisa destas?
é que o cérebro até se me enrola todo a tentar perceber o motivo por que estas coisas acontecem sempre em portugal e de forma continuada no tempo!
ninguém aprende, pelos vistos. ninguém quer aprender com erros passados nem com modelos de educação superior cuja qualidade e eficácia estão comprovados.
isto irrita-me deveras! este jogo mal disfarçado de influências, de gente que já não se interessa pelo ensino e só tem o dinheiro como meta mensal.
e o pior, é que estão a criar professorezinhos e professorinhas exactamente iguais, com este tipo de mentalidade tacanha, que não gosta de premiar ninguém (porque "20s, só o professor é que merece"), que não está aberto a discussões que realmente pode levar uma investigação mais longe (porque "isso nunca foi feito"), que encara o trabalhador-estudante como uma nulidade em termos qualitativos (porque "se já trabalhas o que é que andas aqui a fazer?"), ainda que o dinheiro das propinas que ele paga para tentar fazer uma única cadeira num ano lectivo dê muito jeito)!
tenho dito. mas gostava que tudo isto mudasse.
- S. disse...
-
Nunca ouviste dizer que "quem sabe, faz (trabalha); que não sabe, ensina" (nunca trabalhou na vida)?
:)
É por isso. Vidinha de estudante desde a infantil até à reforma, e não venham cá com cenas dizer-me que vida de estudante não é a melhor coisinha do mundo: empinar teorias e vomitá-las a seguir para uma folga de papel... Ha! - cassandra disse...
-
mas há mesmo quem se sinta feliz apenas com isso??
agosto 20, 2005
atingi o pico.
p.s.1: se não gostam, não apareçam.
p.s.2: isto não é sempre assim.
p.s.3: eu sou uma pessoa aberta a outras pessoas, às suas ideias/opiniões; só não vou admitir que me contradigam esta semana.
p.s.4: volto a dizer que é da lua.
- O poeta noctívago disse...
-
Gostei particularmente do derradeiro post scriptum (risos).
Creio que é salutar a auto-estima. Mas o melhor é ter cuidado... não vá aparecer a censura a cair-me em cima, novamente, devido à defesa que faço da valorização do ego... - cassandra disse...
-
só não pode ser em demasia, não é?
e temos de ter consciência do que dizemos/fazemos e diante de quem. há quem não aceite alta auto-estima muito bem... (tb deves saber isso)
:)) - O poeta noctívago disse...
-
Certo. Sem ser em demasia.
- O poeta noctívago disse...
-
1. A consciência do que somos é um factor fundamental na forma de estar na vida.
2. Sei bem o que é as pessoas confundirem os termos e não perceberem o que tenciono dizer, acabando por me acusarem de coisas que não sou...
P.S.: Talvez seja a altura de fundarmos a AAE(Associação da Auto-Estima). Que me dizes, Cassandra? ;) - cassandra disse...
-
hmm, não sei, não. não gosto de associações.
- O poeta noctívago disse...
-
Deixa estar, então. :)
- S. disse...
-
SPM?
Vê como te sentes para a semana. Pode ser revelador, ou então ficas com uma boa desculpa.
;) - cassandra disse...
-
hehe, longe disso, s.! :))
agosto 19, 2005
- S. disse...
-
Não. É louvável.
:) - cassandra disse...
-
a prova mais flagrante foi à hora do almoço: perguntei ao fulano se podia sentar na mesa onde ele estava e ele diz "bem, sim, mas...". não faz sentido, disse-lhe eu, só espero uma resposta simples, dado que se trata de uma pergunta cujas possibilidades de resposta estão reduzidas a "sim" ou "não".
é claro que no trabalho, a saga continuou... - S. disse...
-
"Mas", o quê?
Mas a cadeira tá suja? Mas a cadeira é desconfortável demais para o teu belíssimo bum-bum que merece nada menos que espuma de latex forrada a seda da China?
Mas eu não sou digno da tua companhia?
Mas quê!?
:)
afesta apenas as mulheres, aparentemente.
um artigo de há 5 anos na revista executiva do centro atlântico português faz referência apenas às questões financeiras, mas o interessante deste complexo é que elas acreditam no príncipe encantado que as vai salvar de todas as responsabilidades inerentes ao facto de serem adultas.
é óbvio que não estou a dar nenhuma novidade, todos nós estamos fartos de as ver por aí: sabem comentar o big brother, vestem as roupas das filhas adolescentes e acreditam realmente que lhes ficam bem, reagem como puritanas atrofiadas quando diante de homens que as tratem como iguais. enfim, há que ir ao sr. dôtor, não acham?
leitura:
colette downing, complexo de cinderela (s. paulo, melhoramentos, 1982)
- cassandra disse...
-
eu não acho piada a homens "apresentáveis" e os piropos reles é que têm piada. já agora, o que são piropos "educados"? (será que "não sabia que as flores tinham pernas" é um deles?)
agosto 18, 2005
luís campos, a morte indecente de mónica b (odivelas, europress, 1983)
é inacreditável, custa 2.63 €, as páginas estão quase todas soltas, é de um autor português e a quantidade de vezes que a palavra "seios" aparece faz-me corar...
nota bene: foi um livro que um cliente encomendou (talvez devesse guardar segredo profissional, mas eu tinha de partilhar este achado!)
- animah disse...
-
tu? corar? ;)
- cassandra disse...
-
ara, ara... (em japonês, s.f.f.)
eu também sei corar! - cassandra disse...
-
viste no site apenas, mónica. está indisponível no site, não significa que não possa ser encomendado. demora uns 10 dias se encomendares, mas há editoras que estão de férias e só reabrem em setembro.
- cassandra disse...
-
não precisas, vi à venda na fnac chiado.
e olha, não sei, eu gosto de ser desejada.
p.s.: isto deve ser da lua, só pode :))
- j disse...
-
Deve ser muito bom desejar tanto quem tanto gosta de ser desejada...
agosto 16, 2005
- boa noite, seria possível falar com ***?
- onde é que arranjou este nº?
- provavelmente, tê-lo-à fornecido nalguma entrevista ou questionário
- isso era impossível, eu invento sempre um nº falso e a última vez que respondi a um questionário em que era necessário dar o nome foi há 7 anos
silêncio - suspiro aqui, suspiro do outro lado - adiante!
- blá blá... viagem... é só comparecer... cartão de crédito vantajoso...
- não acredito em cartões de crédito
- desculpe?
- não preciso deles, não acredito neles. boa noite.
estes foram os livros que despertaram o meu interesse nesta manhã de terça-feira pós-feriádica:
kazuo ishiguro, nunca me deixes (lx, gradiva, 2005)
junichiro tanizaki, le pied de fumiko (paris, mercure de france, 1997)
diane durston, old kyoto (tokyo, kodansha, 2005)
dai siljie, balzac and the little chinese seamstress (london, vintage, 2002)
extras:
sabina anzuategui, calcinha no varal (s. paulo, companhia das letras, 2005)
sofka zinovieff, eurydice street (london, granta, 2005)
nouvelles arabes du maghreb (ed. bilingue; paris, pocket, 2005)
agosto 15, 2005
a pele estalava, o suor cegava, todo o corpo tornara-se pesado e supérfluo.
na verdade, parecia-me estar no meio de um pesadelo sem nome.
- O poeta noctívago disse...
-
Mui interessante...
agosto 12, 2005
podemos criar amizades, podemos construir castelos na areia molhada, podemos brincar às escondidas, podemos comer nutella, podemos aprender a cozinhar, podemos beijar e mordiscar, podemos fazer amor nas dunas, podemos olhar o céu nos olhos, podemos andar à chuva, podemos sonhar, podemos escrever e pintar e dançar, podemos imaginar o silêncio que, às vezes, nos faz falta e podemos mesmo, em madrugadas sortudas, escutar esse silêncio.
esta manhã, ao chegar a lisboa cerca de meia hora mais cedo que o normal - não sei como, antecipei-me ao alarme do telemóvel -, achei-me uma turista da normalidade lisboeta e fui observando as curvas das pessoas, as alturas dos prédios e o céu que se abria sobre os carros indiferentes.
- O poeta noctívago disse...
-
De facto, ao estarmos vivos, podemos aceder a coisas mágicas. Ao ponto de se ficar como o pequeno Charlie, ao entrar na fábrica de chocolate de Willy Wonka: UAU! :)
- O poeta noctívago disse...
-
Pessoalmente, este foi um dos mais simples posts teus, Cassandra. No entanto, um dos que mais significaram para mim, logo, um dos melhores.
Bom, agora retiro-me, pois vou abrir uma janela e sorrir para a madrugada. - O poeta noctívago disse...
-
Infelizmente, não há só beleza na vida. Existem mesmo momentos de verdadeiro terror. Ontem, eu e um amigo andámos envolvidos numa cena de discussão, pugilato e sangue no Bairro Alto. Estou revoltado! :@
- L disse...
-
Gostei muito deste post! Abraço
- cassandra disse...
-
tão querida! exactamente o que eu penso quando o leio... (não estou a ser presunçosa). abraço :))
agosto 11, 2005
- O poeta noctívago disse...
-
No copo vazio, o homem via reflectida a súmula do seu torpor. Então, mandou enchê-lo, novamente. Pela enésima vez. Vituperando opróbrios contra a vida. Por ela não lhe correr de feição. Do nada, surgiu-lhe uma voz ao ouvido: " O vinho é apenas uma fantasia que retarda a dor".
agosto 10, 2005
depois acontece-me isto, de vestir a primeira treta que me aparece à frente, que me faz parecer ter mais 10 kg e 5 anos, inacreditavelmente quente para um top sem costas, e preto!
arrgghh!
nota mental: dar roupa que não me fica bem a quem possa ficar bem, dê por onde der...
- O poeta noctívago disse...
-
IOI
in arquiduque alexis von gribskoff, o doge (2ª ed. rev. e aum., lx, fenda, 1998)
agosto 09, 2005
in hôgen yamahata, folhas caem, um novo rebento
(lx, assírio & alvim, 2002)
- O poeta noctívago disse...
-
Ora uma tirada certeira.
agosto 08, 2005
li the pillars of the earth de ken follet aos 12 anos e lembro-me sempre daquele início, quando pego na minha caneta com intenção de escrever:
"the small boys came early to the hanging."
- O poeta noctívago disse...
-
A frase é sugestiva...
- cassandra disse...
-
indeed ;)
agosto 04, 2005
é o título deste conto de 48 páginas escrito entre 30 de junho de 1994 e 6 de julho de 1994 (não tinha nada para fazer). aviso à leitura: eu invento nomes.
começava assim...
------------------------------
A nossa aldeia não tem nome.
Nunca teve nome.
Eu vivo na montanha, no cimo da montanha e, lá em baixo, no vale, vivem os outros.
Numa das encostas, vive a velha Couatl e as suas filhas. São quem vive mais perto de mim, mas eu só conheço Couatl. O meu melhor amigo, o meu único amigo, Garl, é um caçador e vive no vale.
Ironicamente, desde que me refugiei aqui, no cimo desta montanha, apercebi-me de que não sou a única pessoa no mundo.
A nossa aldeia é muito pequena.
-------------------------------
agosto 03, 2005
variação primeira
(...)
promíscuos tombam num tropel de corpos,
de pernas, braços, bocas e cabelos,
ancas e mãos, de línguas e gemidos,
uivos de espasmo, seios e tremuras.
o sexo é tudo o que se entrega e tudo
o que num ritmo seguro arranca
sacões em que se ajusta mais ao fundo
e túrgido se escoa e recomeça.
(...)
in aa.vv., eros de passagem (porto, limiar, 1982)
agosto 02, 2005
- Luís Serpa disse...
-
"Quand on regarde quelqu'un, on en voit que la moitié", diz a versão francesa de um provérbio inevitavelmente chinês,
"Quando se olha para alguém, só se vê metade dessa pessoa". - Luís Serpa disse...
-
Pois, somos dados dos quais desconhecemos os números, a quantidade de faces, as probabilidades. Somos dados, somos oferecidos, e não sabemos a quem, nem por quem.
A cor do tapete varia: para uns é verde, azul para outros, castanho ou negro. Mas não sabemos, não sabemos quem somos, nem por quem somos. Às vezes pensamos - e enganamo-nos - saber para quem somos. Enganamo-nos. - Para quem? Tão pouco o quem sabe que somos, o que fomos. Não há por, para quem: somos os lados únicos e perdidos num tapete de quem desconhecemos os donos - só alguns O conhecem, coitados, ou pelo menos tentam fazer-nos crer que O conhecem.
Qual é a cor do teu tapete? Qual é o teu tapete? De quem és o dado, ou a quem? Quantos lados és, sabes?
("Tais-toi et baise", dir-te-ia alguém para quem estas questões há muito encontraram resposta). - cassandra disse...
-
vocês, homens, complicam tudo (nem sei como têm coragem de dizer que nós, as meninas, é que somos complicadas): não me interessa quantos lados tenho, não é importante para conseguir ser feliz. e não sei de que cor é o tapete ou quem é o dono - o ideal seria que ele fosse o seu próprio dono -, mas isso são questões irrelevantes. é o desconhecido que nos faz avançar em frente. se as perguntas forem sendo colocadas com reserva, fica-se sempre com algum medo de dar o passo que falta.
mesmo que esse passo seja um erro. é comum, é natural, o erro. temos que aceitar que assim é. - j disse...
-
Confesso que não me interessa saber (e perguntar-te...) quantos lados tens... Que me importa que possas ser um icosaedro???
Interessa apenas dizer que esse lado é muito belo! - cassandra disse...
-
eu sou mesmo um icosaedro e sou mesmo bonita! porra, eu gosto disto: da embalagem, do conteúdo, da diversidade, da complexidade.
"as mulheres são atiradoras de elite, não cowboys - e se você as apressar ou pressionar enquanto estão tentando decidir o que querem, tudo o que vai conseguir é irritá-las."
in martha barletta, como as mulheres compram (rio de janeiro, negócio editora, 2003)
- cassandra disse...
-
se é, minha querida, se é ;)
in taisen deshimaru, verdadeiro zen (lx, assírio & alvim, 2005)
alguém, um dia, criticou a minha maneira de escrever, dizendo precisamente que os meus inícios cativavam pela ambiguidade e sensualidade com que apresentava os personagens ou o ambiente mas que, no decurso da história, me ia perdendo, ia confundindo discursos, sonhos, ideias, tempos e espaços, como se pretendesse que os meus personagens vivessem experiências até ao limite das suas capacidades.
é possível que, no decurso da minha tentativa de correcção desta falha, eu tenha descurado aqueles inícios espectaculares, procurando uma espécie de equilíbrio para a história, uma harmonia no seu todo, sem partes desiguais.
mas é bem verdade que o meu coração bate mais forte quando começo uma história com um desses inícios.
sei que é um início cheio de possibilidades, um início vencedor, percebem?
fica prometido: o post de amanhã trará um desses inícios da minha juventude (lá vou ter de revolver o baú…). se gostarem, posto o resto da história.
- Luís Serpa disse...
-
Escrevo sem ver as imagens do post: por qualquer razão, elas não descarregam. Pessoalmente, passo bem sem elas: é bom ler-te, por vezes, e escrever-te, outras. É bom advinhar os defeitos que te encontraria se te conhecesse pessoalmente, e as qualidades. É bom saber que a diferença das nossas idades não leva à indiferença, porque, e só porque, é bom escrever aqui, por vezes. Amanhã verei as imagens, penso, e não ficarei surpreendido porque já vi as que aqui puseste, e já li o que aqui escreveste, e é bom saber que existes neste espaço, e só neste espaço, porque fora dele não és real, não o serás nunca.
!Qué vaya! Melhor que gostes de ti que o contrário. E ainda bem: é mais alegre e menos fatigante.
Além de que não deves ser a única. - cassandra disse...
-
gosto mesmo do que escreves, aqui, às vezes. e porque é que o don vivo anda por baixo? andam outras coisas por cima?
- j disse...
-
E eu também...
diz ...