one side of me
agosto 02, 2005
moi-même
CASSANDRA
optimista, brutalmente honesta, sensual, com grande sentido de humor
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"Quand on regarde quelqu'un, on en voit que la moitié", diz a versão francesa de um provérbio inevitavelmente chinês,
"Quando se olha para alguém, só se vê metade dessa pessoa".
Pois, somos dados dos quais desconhecemos os números, a quantidade de faces, as probabilidades. Somos dados, somos oferecidos, e não sabemos a quem, nem por quem.
A cor do tapete varia: para uns é verde, azul para outros, castanho ou negro. Mas não sabemos, não sabemos quem somos, nem por quem somos. Às vezes pensamos - e enganamo-nos - saber para quem somos. Enganamo-nos. - Para quem? Tão pouco o quem sabe que somos, o que fomos. Não há por, para quem: somos os lados únicos e perdidos num tapete de quem desconhecemos os donos - só alguns O conhecem, coitados, ou pelo menos tentam fazer-nos crer que O conhecem.
Qual é a cor do teu tapete? Qual é o teu tapete? De quem és o dado, ou a quem? Quantos lados és, sabes?
("Tais-toi et baise", dir-te-ia alguém para quem estas questões há muito encontraram resposta).
vocês, homens, complicam tudo (nem sei como têm coragem de dizer que nós, as meninas, é que somos complicadas): não me interessa quantos lados tenho, não é importante para conseguir ser feliz. e não sei de que cor é o tapete ou quem é o dono - o ideal seria que ele fosse o seu próprio dono -, mas isso são questões irrelevantes. é o desconhecido que nos faz avançar em frente. se as perguntas forem sendo colocadas com reserva, fica-se sempre com algum medo de dar o passo que falta.
mesmo que esse passo seja um erro. é comum, é natural, o erro. temos que aceitar que assim é.
Confesso que não me interessa saber (e perguntar-te...) quantos lados tens... Que me importa que possas ser um icosaedro???
Interessa apenas dizer que esse lado é muito belo!
eu sou mesmo um icosaedro e sou mesmo bonita! porra, eu gosto disto: da embalagem, do conteúdo, da diversidade, da complexidade.
diz ...