tenho tanta coisa ainda para fazer. e dar. e receber. quero saber parar e escutar o silêncio a passar por mim.
junho 30, 2006
tenho tanta coisa ainda para fazer. e dar. e receber. quero saber parar e escutar o silêncio a passar por mim.
junho 26, 2006
roupa da minha autoria.
bijuteria da autoria de uma grande amiga.
vamos ver como a coisa corre...
- disse...
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Se tiveres calças para um gajo como eu, feito de 1,88 m de altura, 76 quilos e 42 de cinta, eu compro, compro, compro(não há calças de jeito nas lojas para gajos com este meu defeito) .... Claro que saídas da Somatos terão que ser bonitas. Um xi. VPB
- cassandra disse...
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por enquanto, para homem ainda só fiz umas calças muito fixes para o meu namorado (ele gostou) mas é claro que também vou fazer roupitas para gajos :))
tens de perceber que vai ser uma coisa muito personalizada, porque não é fabrico industrial. possivelmente cada calça, saia, vestido que saírem das minhas mãos vão ser únicos, porque a minha tendência é para me lembrar de pormenores diferentes em diferentes momentos. which is nice. - Salsa Latrina disse...
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O teu blogue-loja é o http://nascontasdessafeitoria.blogspot.com/ ?
É que eu tenho 1,90m e 85Kg e vejo lá muita coisa que me serve na perfeição. - cassandra disse...
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esse também é meu sim, e eu bem que gostava que aquilo tudo me servisse, mas nasci gaja. e de alguma maneira... não é a mesma coisa!
junho 25, 2006
por ter começado a olhar para a minha vida de uma outra perspectiva, e ter passado a aceitar as pessoas tal e qual elas são e, dessa forma, ter descoberto beleza inesperada, deixei de ter motivos ou desculpas para usar o somatos como caderno de desabafos que, embora estilistíca e literariamente interessantes, não eram propriamente reflexo de uma realidade feliz.
dito isto, tenho de apresentar as minhas desculpas a quem aqui vem desde o início e que, como eu própria também me apercebi, se deu conta da progressiva ausência de trechos literários apetecíveis.
continuo a escrever, a sério, mas recorrer ao blog como o fazia antes, despejando aqui todos os pensamentos - mesmo os mais irracionais e os de léxico sofisticado que apenas pretendia provar qualquer coisa que deixou de ter validade - é algo que não pretendo voltar a repetir.
assim, o somatos vai continuar a sua pacata existência, num percurso em direcção à insignificância virtual, já que a verdadeira vida é do lado de fora e essa está constantemente em mudança.
o facto de não partilhar aqui ideias ou sonhos, não implica que os não tenha.
- disse...
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:) excelente frase, a última.
- JPN disse...
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vim aqui há muito tempo e descobri um lugar de escrita forte. depois deixei de cá vir. no outro dia alguém me chamou a atenção para este blogue e retomei o link. foi delicioso, aprendi a fazer puré de batata doce. agora leio este post e não percebo nada...a vida cá dentro, a vida lá fora, a vida verdadeira é lá fora...não, não quero mesmo perceber. lembro-me do spot, vá para fora, cá dentro. boa sorte.
- cassandra disse...
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quando digo que a vida é do lado de fora, quero dizer que ela acontece fora do meu corpo, fora da minha cabeça, na interacção com outras pessoas. quantas mais melhor e se for com um sorriso, imaginem só que vida porreira pode ser!
- JPN disse...
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eu percebi. mas mesmo assim não compreendo porque é que a vida que passamos em interacção real com outras pessoas é mais verdadeira que a interacção virtual. sempre entendi a interacção virtual, tal como a real, como uma forma de me aperfeiçoar enquanto pessoa o que me daria para interagir melhor, aqui, ou na real. mas admito, são modos diferentes de ver as coisas. boa sorte. gosto muito deste blogue.
- cassandra disse...
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:))
junho 22, 2006
ando a descobrir a arte da culinária. tem de ser aos poucos, que não estou nada habituada a isto.
ainda por cima, o que mais gosto é de inventar. partir, por exemplo de uma receita, e ir retirando e acrescentando ingredientes conforme me apetece. e raramento ligo às quantidades recomendadas para cada ingrediente (acho que na hora é que uma pessoa se apercebe se a molhanga precisa ou não de especiarias ou de mais um tomate, ou seja lá o que for).
hoje o plano era fazer beringela assada no forno coberta de tomate e queijo feta.
mas acabou por sair assim:
retirei o miolo de uma beringela e deitei a casca fora. os tomates foram cortados em 4 pedaços e atirado para a frigideira onde o azeite (não muito) já os esperava. cortei a cebola às rodelas e depois em tiras, o alho às rodelas finíssimas, atirei tudo para a dita frigideira, sem esquecer a pitada de sal. os tomates foram libertando o seu molho e nessa altura polvinhei com pimenta branca e noz-moscada. envolvi os ingredientes e fui cortar o pepino. atenção que é preciso adicionar meio copo de água ao refogado no momento em que acrescento o miolo da beringela (que desfiz em lascas). misturei muito bem o miolo no molho, salpiquei com hortelã-pimenta e deixei cozinhar durante uns 10 minutos. entretanto fui preparando o prato com rodelas de pepino igualmente cobertas de hortelã-pimenta em pó ou em folhas (isto é árabe, mas os gregos também o fazem) e o queijo feta aos cubos ali ao lado. despejei uma pequena parte de um iogurte natural para um copo de vidro e espremi um limão lá para dentro, misturei bem e coloquei no prato, ao lado do pepino.
corri até ao fogão, mexi mais uma vez e apaguei o lume.
itadakimasu! (vou comer!)
ingredientes
8 tomates mini chucha
1 cebola média
1 dente de alho
miolo de 1 beringela
1/2 pepino pequeno
azeite q.b.
sal q.b.
noz-moscada q.b.
pimenta branca q.b. (moída na hora)
hortelã-pimenta q.b.
1/4 iogurte natural
sumo de 1 limão
queijo feta a gosto
Etiquetas: comida
junho 21, 2006
as japonesas estão a parecer cada vez mais discretas (ou low-profile), quase ocidentalizadas, e as miúdas europeias, um pouco por todo o lado, andam cada vez mais parecidas com as ganguro girls da shibuya (bairro trendy de tokyo) dos anos 90.
porque é que cá em portugal o conservadorismo e a uniformização generalizada se mantêm?
mais incrível ainda é eu estar consciente de que não escapo a este conservadorismo, se bem que fuja a sete pés da insuportável uniformização.
do i dare daring?
as fotos dos posts anteriores vieram daqui:
hel-looks
stilinberlin
sthmstil
visions of warsaw
japanese street fashion
moscow street fashion
junho 20, 2006
junho 19, 2006
mas a verdade é que o trágico, tal como outras experiências humanas, surge em momentos específicos. o trágico não nasce apenas da percepção que o homem tem do mundo. o trágico emerge quando o olhar humano não encontra um mundo ordenado. e falamos em ordem, porque o homem vive procurando uma ordem que legitime a sua acção e a sua existência.
mas a manifestação da consciência trágica do indivíduo e da sua relação com o resto do mundo, consciência potencialmente universal, está presente na literatura grega de uma forma não-acidental desde logo, na lírica arcaica (arquíloco, safo e anacreonte).
uma concentração do olhar na interioridade do indivíduo e a percepção da sua complexidade leva à desunificação da exterioridade. e teria sido precisamente a dissolução da unidade que envolvia o homem homérico e a construção de uma distância entre o homem e a sua própria acção condições essenciais para a emergência do momento reflexivo e agónico da tragédia do século v a.c.
"eu não sou nenhum albert einstein [na sua pronúncia: ainxtai]"
"estão a cometer um acto de cidadania"
"ocupação do espaço que vocês ocupam"
"ultrupassagem"
"eu gosto muito de ir à praia do meco" [só havia mulheres presentes]
"é que eles [dgv] põem aqui [nos testes multimédia] carros bons e eu sou obrigado a comentar, não é?"
"perpendigonal"
"é que aquilo [a embraiagem] é num lapso"
"o material que conduzimos é como uma mulher, se não entra, alguma coisa está mal..."
junho 16, 2006
a tragédia grega, tal como existiu no século v a.c. em atenas, apresenta-se-nos com uma vitalidade inesperada.
depois do percurso construído pelas diferentes leituras de platão, que via a tragédia como um perigoso convite ao desregramento [1], de aristóteles, que encarava a realidade mimética criada pela tragédia como exemplar e mais real do que a própria realidade e ainda enfatizava a finalidade catártica do espectáculo trágico [2], de hegel, que via na tragédia uma representação escultórica da acção humana enquanto motivada por forças universais e sempre em confronto com forças exteriores ao indivíduo [3], de nietzsche, para quem a tragédia grega apresenta a aliança dos elementos dionisíaco e apolíneo, momento arrebatador em que, ascendendo ao máximo do sofrimento, o homem recupera a sua vitalidade [4], entre tantos outros pensadores, houve um interesse renovado nas obras de ésquilo, eurípides e sófocles.
isto acontece porque o trágico, conceito complexo e difícil de ajustar numa definição linear, diz respeito ao que de mais universal existe para o homem.
[1] cf. platão, república, sobretudo 380c, 597e, 602b, 603c-d, 604e-607a.
[2] cf. aristóteles, poética, sobretudo 1449b, 24-27.
[3] cf. g. w. f. hegel, estética, pp. 630, 632, 644, 647.
[4] cf. friedrich nietzsche, a origem da tragédia, pp. 45-59.
- cassandra disse...
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na verdade, sempre me senti mais dionisíaca que apolínea, embora reconheça ser muito racional. os momentos dionisíacos, no entanto, é me fazem sentir viva.
junho 15, 2006
- Salsa Latrina disse...
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Numa fracção de segundos temi o post choque, mas o soalho não é de tacão nem há estantes com livros na fotografia.
De qualquer forma, depois de teres desmascarado a Rosa Lobato de Faria, terias na nudez um pacato pormenorzinho. - cassandra disse...
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hahaha! não sou eu, não senhores! é uma estrela av japonesa, yuka haneda.
- disse...
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Era lindo...um dia saires da box, farta daquela merda, deixando tudo para trás em trajes menores! Imagino a cara da nossa chefe (e não só)...eheheh
entre as diversas formas pelas quais se manifestou a expressão literária grega, interessa-me o género trágico, pelo que tem de poético, de reflexivo e de vital. é irreversível a perda da música e da dança, mas os textos que sobreviveram têm muito para dizer.
eurípides suscita-me uma curiosidade maior do que os outros tragediógrafos, talvez por causa das críticas que se teceram sobre a sua obra, críticas de schlegel e de nietzsche, entre outros.
mas a condenação da consciência como imprópria da arte e do artista pela estética romântica é francamente incómoda e pessoalmente repulsiva [nota bene: eu não percebo nada de movimentos literários, nem pretendo saber mais do que o nada que sei que, aliás, me foi explicado por outra pessoa há uns anos bons].
perante a necessidade de uma arte consciente e de artistas conscientes, fixei o meu olhar em eurípides. ao terminar a leitura d'as troianas, decidi ir para estudos clássicos. um pouco idiota, eu sei, mas estava decidida.
no 12º ano, o meu professor de português era um personagem camoniano. ainda não sei bem qual, mas isso não é relevante [nota bene: isto é um elogio grandioso].
na primeira aula sobre os lusíadas, ficou indignado com a falta de jeito geral que a turma demonstrava na declamação dos intrincados versos e, pedindo silêncio, tomou a sua edição indatável nas mãos e após alguns segundos de exercícios de reanimação das cordas vocálicas, o seu vozeirão adamastorengo entoou naquelas quatro paredes.
calou-se, uns dezassete versos depois. os nossos olhos arregalados diante daquele espectáculo fizeram-no acreditar que o mundo não estava preparado para ele.
a minha pele arrepiada ecoou durante o dia inteiro aquela potência sonora. nessa noite, sonhei com o cabo das tormentas, com aquela embarcação à beira do abismo, com aqueles homens e o seu desespero.
na aula seguinte, disse-nos que seria preferível começarmos pelos sonetos de camões, já que não nos achava capazes de compreender realmente a dimensão trágica d' os lusíadas.
eu teria compreendido, estou certa, mas teria pesadelos até ao fim do ano.
junho 14, 2006
- Salsa Latrina disse...
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Se "ele" era estilista, então foi o namorado que saiu ofendido. Estereotipos übber alles. Só que um homem às vezes chora.
- cassandra disse...
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estão dois sujeitos neste pequeno texto. é óbvio que "a namorada" é dele, o estilista. tu és inteligente, porque fazes uma pergunta tão tola? e os esterótipos são uma merda. fora com eles! já!
- Salsa Latrina disse...
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A intervenção era tola, sim. Eu sou inteligente, não. O esterótipo a que me referia era do estilista homem ter que ter um namorado homem (que acabaria a chorar). Eu é que sou uma merda, não ligues. Ich stinke
- cassandra disse...
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olhameste! como assim, és uma merda?? que é isso, auto-comiseração aqui? por favor... ainda por cima vinda de ti. o que é que se passa?
- Salsa Latrina disse...
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E concluo que estas intervenções que deixo pelos comentários de vários blogues são uma espécie de saudação pessoal aos donos do espaço. Um "olá" que se torna indevidamente palavroso e que devia ser apagado antes de correr o risco da reflexão. Daqui exceptuo os teus posts mais libidinosos que comento; nessas ocasiões o comentário e uma questão de dever. E de inevitabilidade.
- cassandra disse...
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esses olás são os mais bem-vindos de todos, sabias? abraço!
- Salsa Latrina disse...
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Calma. Não estava a fazer queixinhas. Estava a pedir um desconto. Afirmar-me uma merda facilita a impunidade das tretas que escrevo.
Não sou choramingas nem estava a ser. No dia em que for vou usar muitos pontos de exclamação. - cassandra disse...
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hahaha! facilita a impunidade... muito bom :)) eu também uso pontos de exclamação a mais quando choramingo ;) e não me parece uma coisa exclusivamente feminina. que achas tu?
- Salsa Latrina disse...
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Espero que não! Caso contrário vou ter que rever muita coisa na minha vida!!!! ...que exagero. E desculpa lá esta condição de chatroom em que meti os teus comentários. Eu chato.
- cassandra disse...
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:)) novo dia
- cassandra disse...
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ah! atenção que quem chora é a gaja!
às 8h30, abri as janelas e o sol brilhava no tejo.
junho 13, 2006
fazer as coisas eu própria é a maneira mais rápida de as ver feitas. eu decido, eu penso por mim e digo o que penso. quero liderar, estar à frente. e sim, prefiro trabalhar com gajos do que com mulheres. não suporto o cacarejar e muito menos discursos sem concretização. não gosto de mentiras, de pseudologias nem de hipócritas - mas ainda demoro a reconhecê-los.
tenho os meus defeitos.
cf. bathysphere
Etiquetas: livros
junho 12, 2006
só podia ser nos e.u.a.: dez gatos vão viver juntos numa casa em new york durante dez semanas. o objectivo? conseguir o cargo de "vice-presidente de pesquisa e desenvolvimento" numa empresa de rações para gatos.
nota: os gatos eliminados serão adoptados e terão alimentação gratuita durante um ano.
in correio da manhã, 10 de junho de 2006, p. 65
junho 11, 2006
junho 08, 2006
senta-te comigo. sente comigo o orvalho que brinca na erva. senta-te e escuta comigo as abelhas que buscam doçura na boca das flores. junto a mim. podes chegar-te mais perto, sem receio. o teu calor, sentir o cheiro do teu cabelo ou da tua t-shirt lavada há uma semana é quanto basta para me sentir quente.
não há passado que chegue perto. ninguém.
- disse...
-
sim
- r.e. disse...
-
lembra o Ricardo Reis e a sua Lídia, não lembra? gosto de aqui entrar, sempre com motivos diferentes para regressar. Beijinho. J.
quero voltar a trabalhar na loja com gente acordada!
melhor: quero mesmo ir embora daqui, abrir o meu negócio e ser feliz com a paz de espírito possível.
junho 05, 2006
05 de junho
16h00 - dormir
20h30 - jantar
22h00 - fermentação de ideias/trabalho árduo
06 de junho
10h00 - fim de trabalho árduo/ebulição de ideias
12h00 - dormir
quando acordar, vou atacar o word!
digo a mim própria, as mãos a arder, os dedos sensíveis, eu consigo.
isso tudo? sim, eu consigo. tu também o dizes. é só querer.
- Lenore disse...
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Tens toda a razão!!!!
- Salsa Latrina disse...
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Pele! Pele! Pele! Pele!
- disse...
-
the other side of the moon?... ;-)
junho 04, 2006
- cassandra disse...
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é a paideia, de werner jaeger (martins fontes). entretanto, já mudou de sítio para a estante grande.
hmm...algo me diz que não estás a falar de futebol.
nope ;)
diz ...