parabéns a mim que passei no exame de código sem ter estudado tanto quanto deveria!
obrigada ao r, à j e ao j.

frequência monetária 58.41 - no surreal é que vivemos

acabo de trabalhar 13 horas, para a entidade empregadora que mantém em dia as continhas da segurança social - não falha! - e que assina o papelucho onde, todos os meses, espetam a chapa de "sub-chefe".
ah, a felicidade que tarda...

p.s.: é já direitinha para a cama! avia-te, miúda!

ofícios ii: o sapateiro

de olhos grudados nos fiozinhos de cola que se escapavam por entre a camurça e a sola de borracha, a mão trouxe-lhe um pano de algodão encardido com que sufocou a fuga. entrou um cliente que lhe perguntou o preço para substituir um tacão gasto pelo andar defeituoso. grunhido o preço, o cliente desamparou o espaço, com o valor inaudito na cabeça -não podia esquecer-se, senão a sua graciete dava-lhe cabo do juízo! - e o sapateiro sorriu ao agarrar os atacadores. aqueles já se iam fazer à estrada.

serve o presente para congratular o continente pela inovação demonstrada com o funcionamento em pleno de um novo serviço: o registo/pagamento self-service.
graças a isso, esta noite gastei apenas 5 minutos a ir recolher alguns itens (um iogurte líquido de aloe vera, um pacote de bolachas integrais com figo, um queijo de cabra curado e uma embalagem de sumo de laranja) e 1 minuto na caixa.
a repetir sempre (que precise de fazer compras).

a ler com ironia, sarcasmo e mesmo desprezo

pois pá, então não é que já começou o rush do natal e o pessoal anda por aí frenético, a ser levado por múltiplos sacos coloridos de loja em loja, à procura de sacos diferentes, num consumismo que nada tem de bestial?

meu irmão - animes :/?
eu: - não, gajas nuas?
meu irmão - :/

p.s. importante: ele finalmente arranjou uma namorada. chama-se sofia. gosto do nome dela.

a bd a 7 mãos chama-se dias eléctricos.
já espreitei os quadradinhos do fazenda. sou fã.

para o ano...

"mudar de direcção é [...] tomar uma via confluente com aquela onde se seguia."

in novo código da estrada 2005 (impala)

aviso aos navegantes

se achavam que a falta de tempo ou mesmo pneumonia-ou-o-raio-que-a-parta me afastariam de vez dos circuitos bloguísticos...

não me quero ansiosa por, de madrugada, encontrar os teus lábios com a minha boca.
não te quero apressar para, ainda a dormir, me acariciares a anca, os seios ansiosos e aquela tira de pele tão macia ao fundo das minhas costas, a desaparecer por entre as nádegas cheias.
não nos quero ver, no escuro, tu-eu ou eu-tu metades tranquilas e insatisfeitas a descobrir o caminho e a pisar mais profundamente a terra.
acredito que estou cansada e que vou adormecer daí a nada e, de repente, os teus dentes estão na minha garganta e os meus gemidos enchem o quarto quente. e desperto. e vou acordando aos poucos, o teu cheiro ou o meu cheiro por todo o lado, a atazanar-me o juízo.
nas mãos, no lençol, cá dentro. sempre a chamar por mim.

chá.
quente.
cama.
corpo.
abraço.
beijo.
corpos.
calor.
doce.
chá.

ofícios i: o escultor

o mármore frio e disforme olhava-o com desprezo. a barba, a roupa suja e a desfazer-se, a alvura dos ténis, o desalento no olhar. ele sabia bem o que estava lá dentro, dentro do branco profundo. e sabia que conseguia trazê-lo para mais perto. mas compreenderiam essa forma nova e simples, tão simples como um bago de arroz num prato vazio? alguém iria, realmente, compreendê-lo, a ele, que apenas vivia com o mármore, sem pretensões de chegar a lado algum, porque nem sequer conhecia os caminhos da terra?
e alguém, algum dia, iria olhá-lo com a ternura com que ele contemplava o branco distante?

às 8h10, quando passo em frente ao nº 246 na rua áurea, está lá sempre o mesmo homem pálido e de cabelo branco, geralmente vestido de cinzento do outro lado da vitrine. parece ler qualquer coisa ou reflectir sobre algo metafísico, com a mão trémula amparando o queixo sulcado pela solidão.

a mais recente entrada para as estações e apeadeiros desta imaginária linha de cintura lisboeta é uma vicious friend.
tem um sentido de humor formidável e é a única pessoa que, de manhã, me vem dizer bom dia com um sorriso e uma brincadeira surreal para nos deixar bem dispostas.
e um dia destes - quando eu tiver a carta!! - vou raptá-la: vamos passear até uma praia e divertir-nos!


p.s.: v., és uma pessoa muito especial e preciosa! quero ser tua amiga por muito muito tempo!

na minha ausência...

espero que o estagiário que por lá anda não tenha feito merda, já que, ainda por cima, hoje é a minha folga e quero ver se recupero completamente para amanhã ir trabalhar.
mas se ele tiver feito merda, que se lixe!
a empresa não é minha.

faltei ontem ao trabalho porque não conseguia sair da cama. não sei se é um vírus que anda por aí a colher dados sobre as fraquezas químico-biológicas dos seres humanos. o médico disse que, provavelmente, será uma gripe ou, caso, no espaço de 3 dias, eu não apresente corrimento nasal ou tosse, uma pneumonia. mas a verdade é que conheço imensas pessoas que, normalmente, não ficam doentes com frequência - eu era uma delas - mas que, durante este ano, já tiveram praticamente todas as maleitas de origem viral.
eu culpo o detrimento da qualidade ambiental e consequentemente o aquecimento global e seus danos no planeta.
se não tomarmos as atitudes certas já, em breve estaremos todos doentes o tempo todo, um pouco por todo o lado.
parece-me compreensível que, nalgumas zonas da terra, venham a ser - de facto, isto já acontece - os desastres naturais a causa de um baixo um índice de produtividade laboral, enquanto que, noutras, as doenças encarregar-se-ão desse papel - e isto também já acontece.
por isso é que temos de respirar fundo e assumir a responsabilizade pelo que tem sido feito ao longo dos últimos 50 anos. não quero saber dos culpados, mas quero poder ajudar a emendar estes erros, na medida do que me for possível.

Gourmet Culinario

estive a ver um vídeo de um amigo acerca de "como fazer uma pizza e conquistar o coração da miúda amada, com sobremesa e tudo!"

e podia ser a história de uma casa.
de uma cadeira numa casa.

penso frequentemente que sou egoísta.
vejo o que vejo, analiso, chego a conclusões e atropelo-me e arrasto gente pelo caminho para dizer o que penso e defender afincadamente o que penso como sendo absoluto.
à beira do egocentrismo. é isso mesmo.
absurdo.
dou-me conta de que vou ficando amargurada e não percebo como cheguei a este ponto.
onde pára aquela mulher de sorriso fácil e doce?


p.s.1: considerem isto à luz de um facto extremamente importante: eu não tive FÉRIAS decentes este ano.
p.s.2: quero viajar... ir ao chile ou ao laos ou à índia. caramba, até com um passeio pela tunísia eu me contento!

vou adormecer ao som das papoilas quentes, coberta pelo trigo maduro.
vou secar-me atrás da figueira, lamber os dedos suculentos.
vou descer o prado a correr, a água no riacho a chamar-me para brincar...