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fevereiro 25, 2009

pudenda glorificata

agora já todos sabem que l'origine du monde é uma tela da autoria de gustava courbet, um pintor anarquista francês, pintada em 1866, e que a mesma se encontra exposta não só no musée d'orsay, em paris, como na capa da edição portuguesa do livro pornocracia de catherine breillat, pela teorema.
e aposto que andam todos a perguntar pelo raio do livro em todas as livrarias, munidos de recortes de jornais com a reprodução de courbet, porque, meus caros, estes portugueses são moralistas, não conseguem dizer a palavra vagina sem se engasgarem e por detrás do moralismo escondem-se perversões sexuais que se pretendem ignoradas.

espreitem também o bitaites, fala mais sobre essa disfunção social.

p.s.: o livro é muito mau. mesmo.
nikos kavvadias (1910-1975)



'se réveiller et se trouver dans un pays où l'on vient pour la première fois. on se frotteles yeux, qui sont rougis et fatigués. on voit trouble. des hommes que l'on n'imaginait pas. on s'attache à eux. on s'en va. on se souvient d'eux quand on reste pour un temps chez soi, à l'heure où l'on se couche pour dormir. le souvenir n'a de valeur que quand on sait que l'on repartira pour un nouveau voyage. le pire des areniements, le plus grand désespoir est de jeter l'ancre dans son pays et de vivre de souvenirs.'(1)

o título original deste romance é vardia, que significa "render da guarda". kavvadias foi sobretudo um marinheiro. escreveu sobre as suas melancolias e desventuras, na maior parte das vezes sob a forma de poemas e muito do que escreveu foi adaptado em canções que ainda hoje se cantam por toda a grécia, esse país tão ligado ao mar.
no entanto, escreveu este romance, o seu único romance, e é tão amargo e lógico e repleto de mágoas que, muitas vezes, só se adivinham nas entrelinhas que eu não podia deixar de o referir aqui. li-o como uma grande confissão sem pudor, com o desfile de prostitutas, memórias, portos, paisagens e amigos a fazer de mim uma aspirante a marinheira também.
como se fosse um novo odisseu encalhado entre ilhas e ventos, nikos kavvadias fala do absurdo, mas sobretudo da relação entre o homem e o mar.


(1) in nikos kavvadias, le quart (éditions 10/18, 1994), p. 219. comprei a edição da 10-18 há sete anos, após me ter sido aconselhada a leitura de um poema seu, cujo nome não me recordo, por um ex-marinheiro cliente assíduo da livraria onde trabalho. essa edição esgotou duas semanas depois de a ter comprado. há três meses foi reeditada esta obra intimista, pela gallimard, na sua polida colecção folio.

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o meu almoço


salada de pepino, tomate e verduras várias, com um fio de azeite a temperar.
a sobremesa ficou fantástica: cajus amolecidos desfeitos em papa com leite de arroz, polvilhado com sultanas, coco e canela.

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fevereiro 23, 2009

hermann ungar (1893-1929)





desde que descobri este autor checo, por mero acaso, há uns anos atrás, num catálogo de uma pequena editora, que o meu coração não bate da mesma forma quando pego numa das suas obras para reler.
é um misto de ansiedade e de arrebatamento: custa-me dormir quando leio ungar.

em 1920, publicou duas novelas escritas em alemão, "a man and a maid" e "story of a murder", sob o título boys & murderers, que viria a ser o título dado, pela editora checa twisted spoon press, a uma colectânea onde se incluem aquelas novelas e uma série de contos, alguns nunca antes publicados.
thomas mann escreveu no prefácio a uma recolha de contos de ungar, "colbert's journey", publicada em alemão em 1930:

' in his unlaughing comic sense, his sexual melancholy, in the bitter and often uncannily deliberate way in which he expresses his vision of life - in his mental and even his physical physiognomy there is a pallor, a fatal mark, an austere hopelessness.'(1)

três anos depois, publicava the maimed (2), que gerou muita controvérsia devido ao conteúdo sexual explícito e à violência eroticizada(3). e, na verdade, franz polzer até vive no mesmo cosmos que joseph k., seu contemporâneo. os medos e as pulsões são os mesmos, mas a neurose do primeiro é vivenciada de uma forma interna: polzer está preso a convenções, a regras sociais, a condicionalismos profissionais, ao decoro, e a um conhecimento tão extensivo de todas essas prescrições que o mesmo se torna sufocante (4), a tal ponto que extravia completamente do seu lugar na sociedade, primeiro em consciência, e na fase final quando passa à acção desmesurada. polzer é um mutilado, é imperfeito e essa é a sua frustração, porquanto ser perfeito como todos os outros, indistinto na multidão, era tudo o que sempre desejara.


em 1927, era publicada the class, onde hermann ungar nos apresenta mais uma personagem multidimensional, de seu nome josef blau, professor de profissão:com a ansiedade e o nervosismo presentes, acompanhamos este indivíduo extremamento inseguro diante dos seus alunos, que imagina virem a revoltar-se contra ele, reduzindo-o a uma anedota, desde a tentativa de impôr uma rigidez e uma disciplina gélidas na sala de aula às alucinações e às náuseas constantes quando percebe que a mesma disciplina que ele pensara servir de controlo despoletara já o movimento de rejeição total, de rebelião.

'josef blau hesitated for a moment before opening the door. would the shouts die away when he entered, would they submit, sitting at their desks, look at him in silence, or would the rebellion that would sweep him away break out immediately? he opened the door. the boys stood up, then sat down in silence at his sign. he did not look at the class. he felt their eyes on him, testing, probing, piercing, shameless eyes rumaging round inside him, curious eyes that missed nothing, neither a new line that had etched itself on his face, nor a different, more hesitating step, nor a changed heartbeat.' (5)


a escrita é crua e incisiva, a linguagem inteiramente desprovida de artifícios.
será esperar demasiado que seja, um dia, editado em português?


notas:
(1) in hermann ungar, boys & murderers (twisted spoon press, 2006), p. 10.

(2) existem duas edições em inglês, ambas publicadas em 2002: a primeira, pela dedalus, foi traduzida por mike mitchell; a segunda edição é da chancela da twisted spoon press, com uma tradução de kevin blahut.
(3) stefan zweig expressou a opinião generalizada, dizendo que era uma obra surpreendente e horrível, cativante e repulsivo, inesquecível, embora uma pessoa gostasse de ser capaz de a esquecer.
(4) sempre achei que a desorientação em crescendo de joseph k. existe numa dialéctica tensa com a ausência de identificação, de delimitação, ausência mesmo de agente opressor, mas não se fica por aqui claro, nem pretendo aspirar a analisar esse labirinto.
(5) in hermann ungar, the class (dedalus books, 2004), p. 150.

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o meu jantar


aqui temos uma base de alface roxa e espinafres, com tiras de abóbora e rodelas de courgette. cortei gengibre em pedacinhos, desfiz umas três avelãs, um pedaço de tomate seco, misturei com sumo de limão e reguei com azeite do lagar da minha tia.
acho que estou a melhorar. a sobremesa? um pêssego.

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o meu almoço


ora bem: temos tiras de cenoura, tomate, passas, pepino verde e outro laranja, folhas de alface roxa, rúcula e espinafres. o molho só leva alho, sumo de limão, azeite, sal e pimenta.

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fevereiro 18, 2009

Blogger Höller disse...

Ainda vi este senhor no CC Roma em amena e alegre cavaqueira com o segurança do centro :)

23/3/09 17:10  
Blogger Höller disse...

... Ainda ONTEM vi este senhor...

23/3/09 17:11  

diz ...

os eleitores e as fraldas para bebés são muito mais descartáveis do que o desejável para a saúde pública e o ambiente, mas ser político em portugal é para toda a vida: garantida a situação financeira estável com a ocasional surpresa agradável fornecida por um amigo de longa data a precisar de um favor.
e não precisam de pensar muito para perceber que os políticos de hoje são os mesmos de há 10 anos e de há 20 anos.
hoje têm poder executivo, há anos atrás assinavam contratos públicos para construções de grande envergadura (leia-se, com derrapagens orçamentais e temporais) com fundos estruturais da união europeia, ou anunciavam lucros exorbitantes nalguma instituição bancária.
alguém confia nestas pessoas? vivemos numa democracia, teimam eles, e esfregam essa ideia nos meios de comunicação, mas será verdade? o descaramento com que os políticos, actualmente, agem, erram e se escusam à responsabilização seria impensável numa verdadeira democracia.
somos nós que lhes damos estas oportunidades.
nós todos, quando votamos, dizemos "agora vai lá e trabalha para tornar este país um bocadinho melhor". mas tudo o que vemos é um grupo de políticos e amiguinhos que, ao longo de anos, vai alargando o sorriso e a barriga que nunca soube o que é miséria.

por isso, temos de parar.
parar mesmo e pensar no que estamos a fazer: se devíamos desligar a televisão, ignorar os ditos
opinion makers (todos eles ganham muito mais que o português médio), ignorar os jornalistas que, apesar de escreverem romances e sorrirem feito tontos, não sabem pronunciar o nome do rio Sabor, ignorar os anúncios publicitários que tentam e desviam a nossa atenção do que é verdadeiramente importante.
é tempo de parar e reflectir no que podemos fazer por nós. pelo país onde vivemos.
parar e reflectir se é tempo de uma nova revolução.
e de que forma cada um de nós pode fazer uma revolução.

de acordo com a lei, as eleições autárquicas são marcadas pelo governo e realizam-se entre 22 de setembro e 14 de outubro; as legislativas são marcadas pelo presidente da república e realizam-se entre 14 de setembro e 14 de outubro; e as europeias são em junho, igualmente marcadas pelo presidente da república.

não se iludam. neste momento, nós não decidimos nada.
só a acção pode conduzir a novos processos, novas políticas, novas vidas.

fevereiro 11, 2009

bōnen no xamdou


e agora? porquê nós? porque eles? temos mesmo de lutar uns contra os outros?
quando é que isto vai acabar? há quantos anos nos arrastamos, em batalhas infindáveis, indecisivas, insanas, teimosas?


ainda sei quem sou. sim, eu sei quem sou, onde nasci e cresci, e lembro-me de tudo. lembro-me de ti. lembro-me de nós. não sei onde estou, se vou voltar a ver-te, por isso vou escrever-te. onde quer que eu vá, vou escrever-te, vou contar-te as minhas aventuras, vou sentir a tua falta, mas quando nos encontrarmos, conto-te tudo de novo e aí vais perceber.


na guerra, há sempre amigos que se perdem. o importante é acreditar numa causa nobre e defendê-la. a guerra em si nunca é nobre.

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fevereiro 09, 2009

1196 postagens depois, eis o somatos com cinco anos de existência.
a ver se a paisagem muda.
um abraço!
Blogger Tiago Franco disse...

5 Parabéns!

Há festividades?

11/2/09 16:02  

diz ...

fevereiro 05, 2009

a vida tem de ser mais do que uma sucessão de códigos sociais.
eu não sou um somatório.