diário de um gimniófobo [ii]
chamado para o jantar, lá vou, a tentar expulsar outros cheiros que não o do borrego assado do meu nariz sensível. gosto de cheirar e de guardar as sensações que esses cheiros me causam.
o cheiro do borrego lembrar-me-ia sempre a minha mãe corada e de cabelos presos numa grossa trança prateada diante do forno. o cheiro da minha pele, o cheiro da minha pele nua, repugnava-me.
sair daquele quarto era o que mais odiava. na rua, as pessoas olhavam-me e, embora vestido, como qualquer outra pessoa, estava nu diante de olhos perspicazes, diante de olhos treinados para reconhecer o pudor de um nu que se tenta disfarçar.
chamado para o jantar, lá vou, a tentar expulsar outros cheiros que não o do borrego assado do meu nariz sensível. gosto de cheirar e de guardar as sensações que esses cheiros me causam.
o cheiro do borrego lembrar-me-ia sempre a minha mãe corada e de cabelos presos numa grossa trança prateada diante do forno. o cheiro da minha pele, o cheiro da minha pele nua, repugnava-me.
sair daquele quarto era o que mais odiava. na rua, as pessoas olhavam-me e, embora vestido, como qualquer outra pessoa, estava nu diante de olhos perspicazes, diante de olhos treinados para reconhecer o pudor de um nu que se tenta disfarçar.
diz ...