fissura espacio-tamporal (parte 2 de uma totalidade hipotetizada)
se não sei o meu nome, saberei quem sou? serei ainda alguém?
se não sei de onde vim, como regressar atrás?
e então, vemo-nos presos num sítio incerto em que palavras escritas e sons equivalem a um nada. sucedem-se episódios de «nada»: as pessoas, a natureza, o que nos rodeia. todos os dias exactamente o mesmo, perfeitamente ordenados na exacta sequência do dia anterior.
presos na eternidade. mas perfeitamente felizes.
perfeitamente felizes?
o que é ser feliz, se não tenho memória do que existiu antes?
porque memória e percepção sensorial são tão enviesadas, contamos sempre com uma determinada realidade - porque não chamar-lhe realidade alternativa? - para provar a realidade dos factos.
até que ponto os factos que reconhecemos como tal são realmente como aparentam ser, e até ponto estes factos o são apenas porque os classificamos como tal, é algo impossível de precisar.
assim, para estabelecer a realidade como realidade, é necessária outra realidade de modo a podermos relativizar a primeira; essa outra realidade requer uma terceira que lhe sirva de, digamos, contraponto.
está, então, criada uma corrente interminável a nível da consciência e é a manutenção desta corrente que produz a sensação de estarmos realmente aqui, de nós próprios existirmos.
se algo acontece a essa corrente, sentimo-nos perdidos; se perdemos capacidades mnemónicas potenciadas por uma determinada realidade daquela corrente criada, estamos, na verdade, a perdermo-nos a nós próprios.
o que é real? eu, que já não sei quem fui, ainda existo?
ainda tenho nome? ainda consigo sonhar?
se não sei o que houve, saberei imaginar o que poderá haver?
se não sei o meu nome, saberei quem sou? serei ainda alguém?
se não sei de onde vim, como regressar atrás?
e então, vemo-nos presos num sítio incerto em que palavras escritas e sons equivalem a um nada. sucedem-se episódios de «nada»: as pessoas, a natureza, o que nos rodeia. todos os dias exactamente o mesmo, perfeitamente ordenados na exacta sequência do dia anterior.
presos na eternidade. mas perfeitamente felizes.
perfeitamente felizes?
o que é ser feliz, se não tenho memória do que existiu antes?
porque memória e percepção sensorial são tão enviesadas, contamos sempre com uma determinada realidade - porque não chamar-lhe realidade alternativa? - para provar a realidade dos factos.
até que ponto os factos que reconhecemos como tal são realmente como aparentam ser, e até ponto estes factos o são apenas porque os classificamos como tal, é algo impossível de precisar.
assim, para estabelecer a realidade como realidade, é necessária outra realidade de modo a podermos relativizar a primeira; essa outra realidade requer uma terceira que lhe sirva de, digamos, contraponto.
está, então, criada uma corrente interminável a nível da consciência e é a manutenção desta corrente que produz a sensação de estarmos realmente aqui, de nós próprios existirmos.
se algo acontece a essa corrente, sentimo-nos perdidos; se perdemos capacidades mnemónicas potenciadas por uma determinada realidade daquela corrente criada, estamos, na verdade, a perdermo-nos a nós próprios.
o que é real? eu, que já não sei quem fui, ainda existo?
ainda tenho nome? ainda consigo sonhar?
se não sei o que houve, saberei imaginar o que poderá haver?
a realidade ..uma determinada expansão, uma determinada alteração. sim eternamente marcada, não estagnada.
não se perde nunca toda a memória, ela aloja-se em vários segmentos do se ser, mesmo sem ver ou saber.
nao acredito sermos a máquina que nos querem fazer, se a fôssemos tinhamos undos, deletes e escapes.
diz ...