uma pequena história de amor iv
ele gostava de ser um herói, mas era simplesmente um rapaz vulgar: alto, a magreza a evidenciar a ossatura, mãos e pés grandes. lia o tempo todo, sempre que tinha tempo. era um estudante assíduo, prestável, com notas bastante boas. os seus pais orgulhavam-se de ter um filho tão inteligente. as reuniões de família eram muito enervantes.
o ar puro revigorava-o, passear calmamente entre árvores acalmava-o. o sol, no entanto, incomodava-o de alguma maneira, fazia-o sentir-se desconfortável, como que espiado. a maioria das pessoas que conhecia - amigos, família - não o percebiam. nunca tinham visto mais do que a superfície. por dentro, era um turbilhão de emoções que procurava controlar a todo o custo.
só ela parecia ter percebido, quando lhe dissera, naquele fim de dia muito frio, para continuar a sonhar. como se quisesse ver esses sonhos.
"tens de parar de pensar nela. é a irmã do teu melhor amigo. e é uma miúda ainda..."
começou a separar a roupa para lavar. os seus pais tinham partido num cruzeiro. mandavam-lhe fotos todos os dias para o mail. nelas, o azul do mar parecia nunca mais acabar e o sol, às vezes, dourava esse azul.
subitamente, a campainha soou. várias vezes. enfiou a roupa branca na máquina, carregou nos botões certos e apressou-se a ir abrir a porta.
ele gostava de ser um herói, mas era simplesmente um rapaz vulgar: alto, a magreza a evidenciar a ossatura, mãos e pés grandes. lia o tempo todo, sempre que tinha tempo. era um estudante assíduo, prestável, com notas bastante boas. os seus pais orgulhavam-se de ter um filho tão inteligente. as reuniões de família eram muito enervantes.
o ar puro revigorava-o, passear calmamente entre árvores acalmava-o. o sol, no entanto, incomodava-o de alguma maneira, fazia-o sentir-se desconfortável, como que espiado. a maioria das pessoas que conhecia - amigos, família - não o percebiam. nunca tinham visto mais do que a superfície. por dentro, era um turbilhão de emoções que procurava controlar a todo o custo.
só ela parecia ter percebido, quando lhe dissera, naquele fim de dia muito frio, para continuar a sonhar. como se quisesse ver esses sonhos.
"tens de parar de pensar nela. é a irmã do teu melhor amigo. e é uma miúda ainda..."
começou a separar a roupa para lavar. os seus pais tinham partido num cruzeiro. mandavam-lhe fotos todos os dias para o mail. nelas, o azul do mar parecia nunca mais acabar e o sol, às vezes, dourava esse azul.
subitamente, a campainha soou. várias vezes. enfiou a roupa branca na máquina, carregou nos botões certos e apressou-se a ir abrir a porta.
diz ...