porto covo, iv
lembro-me de uma toalha de praia com o mickey e a minnie e de me ter secado nela vezes sem conta, durante muitos anos, mesmo quando ela já era manifestamente pequena demais para mim. tenho de andar para diante. a vida é assim, sempre a andar, sempre em frente, qualquer que seja o caminho que se escolha. se eu parar de andar, acabo. e isso eu não admito. o que o eu tenho de fazer é ser feliz. não é só tentar. sê-lo realmente. por fim.
sacudir a areia da toalha gasta, de uma cor que nunca apreciei e comprar uma nova para poder fazer as coisas de maneira diferente, a um outro ritmo. a hora de nenhuma sombra. a hora do nada. saber que tudo vai continuar na mesma. que as pessoas vão ser as mesmas. os sonhos iguais a si mesmos. a disparidade dos pares assusta-me. não quero que o mesmo aconteça comigo. as cores que vi ontem não tenho forçosamente de as ver hoje ou amanhã. mas saber que sim, que as vou ver, entristece-me. abate-me primeiro, torna-se alento no meu peito quando inspiro fundo o azul do mar e o verde do céu que se confundem com os meus sonhos.
e se a vida às vezes parece ser uma escarpa bonita, é ilusão: provavelmente será mais parecida com uma estradita que uns pés criaram junto a um prado de flores de tanto por lá passar, para ir até ao ribeiro que há no fim da estrada. ao fundo, junto as umas sebes de amoras e framboesas. é preciso é desviar aquelas silvas que estão à entrada da estrada, feias e mal-dispostas.
partir. só partir, é o que me apetece fazer. esquecer os outros e ir embora sem nada nas mãos ou nos bolsos. mas quando o faço, quando finjo que o faço, sinto-me estilhaçar. sinto falta de coisas, de pessoas e de algumas palavras estranhas. há muita coisa em mim por explicar. tenho que começar a tomar nota do que aprendo. é em mim que está a explicação.
junho 2003
lembro-me de uma toalha de praia com o mickey e a minnie e de me ter secado nela vezes sem conta, durante muitos anos, mesmo quando ela já era manifestamente pequena demais para mim. tenho de andar para diante. a vida é assim, sempre a andar, sempre em frente, qualquer que seja o caminho que se escolha. se eu parar de andar, acabo. e isso eu não admito. o que o eu tenho de fazer é ser feliz. não é só tentar. sê-lo realmente. por fim.
sacudir a areia da toalha gasta, de uma cor que nunca apreciei e comprar uma nova para poder fazer as coisas de maneira diferente, a um outro ritmo. a hora de nenhuma sombra. a hora do nada. saber que tudo vai continuar na mesma. que as pessoas vão ser as mesmas. os sonhos iguais a si mesmos. a disparidade dos pares assusta-me. não quero que o mesmo aconteça comigo. as cores que vi ontem não tenho forçosamente de as ver hoje ou amanhã. mas saber que sim, que as vou ver, entristece-me. abate-me primeiro, torna-se alento no meu peito quando inspiro fundo o azul do mar e o verde do céu que se confundem com os meus sonhos.
e se a vida às vezes parece ser uma escarpa bonita, é ilusão: provavelmente será mais parecida com uma estradita que uns pés criaram junto a um prado de flores de tanto por lá passar, para ir até ao ribeiro que há no fim da estrada. ao fundo, junto as umas sebes de amoras e framboesas. é preciso é desviar aquelas silvas que estão à entrada da estrada, feias e mal-dispostas.
partir. só partir, é o que me apetece fazer. esquecer os outros e ir embora sem nada nas mãos ou nos bolsos. mas quando o faço, quando finjo que o faço, sinto-me estilhaçar. sinto falta de coisas, de pessoas e de algumas palavras estranhas. há muita coisa em mim por explicar. tenho que começar a tomar nota do que aprendo. é em mim que está a explicação.
junho 2003
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