diário de um gimniófobo [v]
foi então que vi no bater amorável de asas daquela borboleta algo em que nunca tinha pensado, a fragilidade da nudez natural. que defesa tinha aquele pobre bichinho? E que poder tinha uma folha seca? que tonturas podia a terra impedir?
foi magia. quando a borboleta pousou no meu polegar e aquela penugenzinha acariciou, tontamente, como uma virgem que não tem medo de nada, porque tudo desconhece, a minha pele áspera e quase insensibilizada pela aridez do meu carácter, tudo eclodiu, toda a ilusão se fez realidade. o meu medo, os meus medos, existiram, nesse instante, como que apressados em acorrer‑me ao pensamento, todos de uma vez, de uma só vez, tentando sufocar-me com um gemido imenso.
foi então que vi no bater amorável de asas daquela borboleta algo em que nunca tinha pensado, a fragilidade da nudez natural. que defesa tinha aquele pobre bichinho? E que poder tinha uma folha seca? que tonturas podia a terra impedir?
foi magia. quando a borboleta pousou no meu polegar e aquela penugenzinha acariciou, tontamente, como uma virgem que não tem medo de nada, porque tudo desconhece, a minha pele áspera e quase insensibilizada pela aridez do meu carácter, tudo eclodiu, toda a ilusão se fez realidade. o meu medo, os meus medos, existiram, nesse instante, como que apressados em acorrer‑me ao pensamento, todos de uma vez, de uma só vez, tentando sufocar-me com um gemido imenso.
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