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maio 29, 2004

eu gosto da mulher em que me tornei.
a minha infância foi um pesadelo, mas são aqueles raros mas belíssimos momentos de luz e doçura dessa infância que estão à flor da minha memória.

3 anos: uma tarde muito quente e silenciosa de verão - eu
deveria estar a dormir uma sesta na cama dos meus pais, mas o meu olhar ficara preso naqueles feixes de luz esbranquiçada que carregavam minúsculas partículas de pó acumulado nas cortinas de sarja pesada. ainda me lembro da cor: castanho, um castanho cor de chocolate de leite.

5 anos: com um cesto de vime debaixo do braço, ia colhendo, ao longo de um riacho, amoras que, antes de chegarem ao fundo do cesto, faziam um desvio irreparável pela minha boca. de regresso a casa, contei 6 amoras. dei-as à minha mãe, juntamente com um ramo de florzitas liláses, vermelhas, amarelas e brancas.

6 anos: mascarada de fada, eu acreditava que o era. e por isso, eu e a minha varinha mágica, às cavalitas nos ombros do meu pai, andámos a fazer magia para todos aqueles senhores e senhoras e meninos e meninas que estavam num clube chamado botafogo, em caneças, em 1984.

14 anos: a dançar ao som de algo nunca antes ouvido e vagamente exótico, o meu corpo parecia outro. era como se tivesse encontrado a dança da sua vida. e ainda hoje, a música cigana me transforma.

aprendi com tudo o que aconteceu na minha vida, bom e mau; de todos quantos tiveram alguma intervenção no meu percurso, tomei referência para futura ponderação.
e tenho estado a fazer o melhor que consigo não para ser feliz (um objectivo dificilmente concretizável, porque o mundo está cheio de distracções que, à primeira vista, podemos admirar como fonte de felicidade e que nos podem desviar de um qualquer percurso) mas para nunca me perder de vista, nunca esquecer quem fui e quem sou agora, do que sou capaz neste momento, estar sempre consciente das consequências das minhas acções, e sobretudo, ser honesta comigo própria.

é um mundo de diferença quando começamos a olhar-nos sem espelhos, sem máscaras. só pelo toque cego.
Blogger JPN disse...

impressionas-me pela tua honestidade.

12/12/04 15:18  

diz ...