<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d6455201\x26blogName\x3dsomatos+\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dTAN\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://somatos.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://somatos.blogspot.com/\x26vt\x3d4741292353555344611', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>

abril 18, 2006

grandes mestres da animação japonesa iv

kazuya tsurumaki

FLCL - furikuri
neon genesis evangelion (eps. 1, 2, 8, 16, 25 e 26)
evangelion death & rebirth (capítulo: «rebirth»)
end of evangelion (capítulo: «air»)

post-scriptum sobre flcl-furikuri: alguns elementos complexos

é verdade que o espectro do suicídio adolescente no japão contemporâneo tem sido o combustível de muitos filmes de terror, de argumentos para anime e manga há pelo menos uma década e FLCL aceita este problema como uma escola na qual se está inscrito. a partir daí constrói um projecto de ficção-científica formalmente inclassificável e deliberadamente auto-problematizado. o resultado é uma mutação estranha da debilitante angústia juvenil através de interacção maquinal bizarra.



em FLCL, é a partir da cabeça de naoto que nasce e cresce um robot, como uma erecção, depois de ter sido atingido na cabeça por um guitarra empunhada por haruko, uma rapariga pouco ortodoxa que anda numa vespa. o robot acaba por se tornar uma exteriorização mecânica do poder interior de naoto. percebemos, logo desde o início, que é naoto o barómetro sensível no meio do redemoinho que gira em torno dele.
em FLCL é também emblemática a abordagem de um terceiro tipo de otaku (não encontramos desejos infantis nem fetichismos de objectos): a vítima de ostracismo social.
o pai de naoto é um otaku adulto que ainda publica doujinshi (manga de parodização desenhada por fãs), que não têm saída e acabam em pilhas espalhadas pela casa.
para além da criatividade fabulosa e do argumento denso e compactado, é notável o recurso ao som e à música: a banda sonora, sobretudo instrumental, é gloriosamente radiofónica na sua saturação e a energia das faixas integra-se de forma sólida na história e nas suas viragens.
este sopro de vida electrificada é apanhado totalmente e privilegia um silêncio em potencial: o som do nada, dos nadas quotidianos, o ruído do frigorífico, o metro que acabou de passar, barulhos nas escadas.
FLCL é uma gravação febril da paisagem psicológica japonesa contemporânea. não se deixem enganar pelo colorido bombástico e pelo audiovisual pop: são os sinais do barulho que constitui o japão - um zumbido sonoro que domina as pessoas num aperto psico-sociológico, e para elas o silêncio amplificado é simultaneamente reconfortante e terrível.

nota sobre o título
numa entrevista em 2001, o realizador terá dito "FLCL means fooly cooly. i thought that meant `fool and cool.' at the time we needed a title desperately, so we used that."

p.s.: comprem um dicionário.

Etiquetas: