o som nas escadas [ii]
a mulher estremecia. envolta em roupas muito gastas e cujo fedor era perceptível a alguma distância, aquela mulher estranha, com idade para ser sua mãe, parecia distante e perdida em terrores que não existiam.
- não te vou fazer mal... estás em minha casa...
- ... água...
- queres água? certo, vou buscá-la...
já se encontra a meio da escada, a mão trémula a segurar a lanterna, quando se voltou de novo e, com um sorriso encorajador, sussurrou:
- está frio aqui em baixo, não achas? tenho uma lareira acesa lá em cima, e cobertores. posso arranjar-te o sofá para dormires...
a mulher continuou imóvel, os arregalados presos nas feições da jovem, como que em estado de choque diante daquela sugestão. de súbito, ela moveu uma mão, apoiou-se numa arca ali perto e ergueu-se. era entroncada, alta e o queixo pouco feminino. estava descalça. a jovem sentiu o coração apertado ao vê-la mover-se com alguma dificuldade. era possível que ela estivesse ferida. estendeu-lhe a mão e a mulher agarrou-a com firmeza.
a mulher estremecia. envolta em roupas muito gastas e cujo fedor era perceptível a alguma distância, aquela mulher estranha, com idade para ser sua mãe, parecia distante e perdida em terrores que não existiam.
- não te vou fazer mal... estás em minha casa...
- ... água...
- queres água? certo, vou buscá-la...
já se encontra a meio da escada, a mão trémula a segurar a lanterna, quando se voltou de novo e, com um sorriso encorajador, sussurrou:
- está frio aqui em baixo, não achas? tenho uma lareira acesa lá em cima, e cobertores. posso arranjar-te o sofá para dormires...
a mulher continuou imóvel, os arregalados presos nas feições da jovem, como que em estado de choque diante daquela sugestão. de súbito, ela moveu uma mão, apoiou-se numa arca ali perto e ergueu-se. era entroncada, alta e o queixo pouco feminino. estava descalça. a jovem sentiu o coração apertado ao vê-la mover-se com alguma dificuldade. era possível que ela estivesse ferida. estendeu-lhe a mão e a mulher agarrou-a com firmeza.
diz ...