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outubro 08, 2004

a minha mãe foi a primeira rapariga da sua aldeia a usar mini-saia (e ficava-lhe bem). andava sempre vestida segundo as últimas tendências (ela comprava revistas de moda e copiava os modelos, desenhando-os a olho, para depois os costurar). foi a primeira rapariga da aldeia a tirar a carta de condução (na verdade, a única a fazê-lo da sua geração). foi a primeira da sua geração a fazer mais do que a escolaridade obrigatória e a conseguir um emprego num atelier de costura (naquilo que, uma década mais tarde, viria a ser chamado de haute-couture) em lisboa.
o meu avô, nascido belga com ascendência judaica, ao inteirar-se da proximidade de uma revolução política que apoiava totalmente, decidiu oferecer-lhe, no dia 12 de abril de 1974, aquando de uma visita da filha à terra que a vira crescer, um renault 4cv para que ela pudesse deslocar-se à sua vontade. e dizem que os judeus são forretas!

no dia 22 de abril de 1974, a minha mãe viajou de ourém até lisboa, com duas amigas tão doidas quanto ela. a dada altura, uma das amigas passou para o lugar do condutor.
a minha mãe decidira tirar a blusa e tirar o soutien.
ainda hoje, quando me conta isto pela duodécima vez, ela ri até as lágrimas lhe correrem pelas faces. e depois termina dizendo: "já não me lembro bem, mas acho que houve um senhor que ia num tractor que, ao ver aquele espectáculo (estávamos em 1974, sandra!), deu uma guinada e foi parar a uma vala."