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outubro 28, 2004

[i]

rios de paisagem que não aprenderam a falar guincham quando os atravessam e mutilam; monstros paisagísticos entopem os azuis que o céu tem e, como dragões, libertam fumo enraivecido que se mascara de nuvem. garfos de betão estendem-se pelo ar, carregando buzinas florescentes e chaparia gritante.
ao fundo, apenas o tejo dança ao sabor de um ritmo seu, todo seu. e sorri com o enjoar da conversa fútil entre mães-filhos-pais-maridos-amigos-colegas-mentirosos-amantes. não chega para o cansar, tem o dia todo pela frente. um dia de sol, de brisa e de música líquida vinda de coxas oscilantes no lufa-lufa metropolitano. todo um dia de atenção. e fala com o sol, amigo de longa data, para que brinque com as pessoas às escondidas, em vez dele próprio, que nunca se escondeu, castigado por um deus pagão.
no paço, diante do tejo pela manhã, lisboa pode parecer-nos suficiente de tanta luz que irradia e tenta cortar-nos a visão, luz emprestada pelo rio. pedacitos de prata valsam por entre algas, girinos e detritos. nem mesmo as matinais caganitas de chuva abrandam ou esmorecem aquele danúbio acinzentado. e, depois, parado o autocarro num sinal com grave deficiência orgânica, tudo dança com o rio: as nuvens parasitárias, o horizonte semeado de anil e carmim, a meia lua amarelada que chega tão omnipresente que, por uma fracção de tempo, a turba humana pára em saudação; as anímulas vertebradas minúsculas que somos nós, espectadores daquele golpe de teatro genial. o sol aprendeu com goethe e o seu amigo preferido foi nietzsche.