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dezembro 21, 2004

a vizinha do 1º esquerdo acaricia apaixonadamente o soalho, notas de música incerta espalham-se pelo prédio. na varanda solarenga, quatro cuecas, dois soutiens, uma saia, três blusas e um par de calças alinhados saúdam os passantes com gotas de água fria. um bule com décadas de vida geme sobre um lume esquecido. no 1º direito, um telefone toca com alguma insistência; alguém se revira numa cama, nada satisfeito com a interrupção, e, depois alguns resmungos, dá um pulo da cama e, com passos de uma fúria sonora, persegue o som irritante até à sala. a vizinha do 1º esquerdo pára de cantar, à escuta de uma palavra ou outra que pudesse conhecer. estrangeiro, ele. ela também. raramente saíam do apartamento, excepto para irem trabalhar, ele de noite, ela de manhãzinha. mas só conseguia perceber um burburinho, uma cadeia ininterrupta de sons, pelo que desistiu e retomou a cantoria. foi quando se lembrou que tinha deixado o bule ao lume. com um suspiro e sem pressa, dirigiu-se à cozinha onde desligou o fogão, sobre o qual um bule agora vazio repousava, tranquilo.
Blogger R2D2 disse...

Se um dia conseguir escrever duas linhas de texto como tu serei um tipo feliz.

Cumprimentos

22/12/04 10:50  
Blogger O poeta noctívago disse...

Ora está aqui um texto engraçado.

23/12/04 00:22  
Blogger cassandra disse...

e se eu soubesse brincar com as curvas e as cores da imaginação como tu... :)

23/12/04 00:28  

diz ...