serviço nacional de saúde faz de estrumeira
podia ser o cabeçalho de um qualquer jornal, no entanto, encabeça apenas o meu e o de milhares de doentes em portugal. que cabrão de sns!
segunda-feira fui a uma consulta com uma médica de reforço (a minha, disseram-me, está de baixa prolongada). hoje tornei a lá ir, o objectivo era pedir uma baixa ou qualquer coisa parecida, e este foi o diálogo absurdo que tive de manter:
- não pode vir mais a este centro de saúde, fica fora da sua área de residência.
- mas eu venho a este centro de saúde há 22 anos, sendo que há 11 que estou fora da área de residência. e tenho médico de família aqui.
- teve. a sua médica deixou de trabalhar aqui.
- e não haverá algum médico que fique com os processos clínicos da dra.?
- sim, mas só daqueles pertencentes às áreas de residência abrangidas pelo centro. nós temos 17000 utentes, menina, imagine se agora fossêmos atender também quem é de fora.
- (suspiro) certo. segunda feira estive cá em consulta e ninguém me disse nada.
- pois.
- pois o quê?
- pois é, são coisas...
- são coisas? o sns começa a trabalhar às 5ªs feiras? porque é que não fui informada com antecedência desta alteração? não sou adivinha! se os senhores é que detém a informação sobre a disponibilidade ou não de um médico, os senhores é que têm obrigação de informar os utentes para que organizem as suas vidas antes de acontecer situações imprevistas e graves que exijam um atendimento urgente.
- pois... eu não tenho nada a ver com isso. só sei que não pode mais vir aqui.
- existe algum centro de saúde em santa maria dos olivais?
- eu sei lá essas coisas.
- a senhora trabalha para a direcção regional de saúde de lisboa e vale do tejo. penso que deveria saber, mas se não sabe, tem à sua frente um computador. deverá ter aí meios para procurar esta informação.
- era só o que faltava! tenho gente para atender! [estava um idoso, divertido com a nossa discussão, a aguardar um carimbo numa receita, no balcão ao lado. previsão de atendimento: 50 segundos.]
- diga-me o seu nome, por favor.
- para quê?!
- vou fazer uma reclamação.
- de mim?? ora essa! está aqui uma pessoa a fazer o seu trabalho e ainda tenho de aturar isto!
- a senhora está a ser desnecessariamente rude. se não é da sua responsabilidade informar-me, então devia ter-me dito a quem me devo dirigir a fim de obter essa informação. vou apresentar reclamação da má gestão administrativa deste centro, não de si, porque enquanto está assim desse lado do balcão, a senhora é uma representante do centro de saúde.
e agora vim a casa buscar cartão de contribuinte e cartão da segurança social e lá vou eu de novo, com 40º de febre, para o gelo que está hoje na rua, com dores na coluna, nas mãos, nos joelhos e nos rins, tentar arranjar um papel que mais ninguém pode assinar senão um médico do sns.
podia ser o cabeçalho de um qualquer jornal, no entanto, encabeça apenas o meu e o de milhares de doentes em portugal. que cabrão de sns!
segunda-feira fui a uma consulta com uma médica de reforço (a minha, disseram-me, está de baixa prolongada). hoje tornei a lá ir, o objectivo era pedir uma baixa ou qualquer coisa parecida, e este foi o diálogo absurdo que tive de manter:
- não pode vir mais a este centro de saúde, fica fora da sua área de residência.
- mas eu venho a este centro de saúde há 22 anos, sendo que há 11 que estou fora da área de residência. e tenho médico de família aqui.
- teve. a sua médica deixou de trabalhar aqui.
- e não haverá algum médico que fique com os processos clínicos da dra.?
- sim, mas só daqueles pertencentes às áreas de residência abrangidas pelo centro. nós temos 17000 utentes, menina, imagine se agora fossêmos atender também quem é de fora.
- (suspiro) certo. segunda feira estive cá em consulta e ninguém me disse nada.
- pois.
- pois o quê?
- pois é, são coisas...
- são coisas? o sns começa a trabalhar às 5ªs feiras? porque é que não fui informada com antecedência desta alteração? não sou adivinha! se os senhores é que detém a informação sobre a disponibilidade ou não de um médico, os senhores é que têm obrigação de informar os utentes para que organizem as suas vidas antes de acontecer situações imprevistas e graves que exijam um atendimento urgente.
- pois... eu não tenho nada a ver com isso. só sei que não pode mais vir aqui.
- existe algum centro de saúde em santa maria dos olivais?
- eu sei lá essas coisas.
- a senhora trabalha para a direcção regional de saúde de lisboa e vale do tejo. penso que deveria saber, mas se não sabe, tem à sua frente um computador. deverá ter aí meios para procurar esta informação.
- era só o que faltava! tenho gente para atender! [estava um idoso, divertido com a nossa discussão, a aguardar um carimbo numa receita, no balcão ao lado. previsão de atendimento: 50 segundos.]
- diga-me o seu nome, por favor.
- para quê?!
- vou fazer uma reclamação.
- de mim?? ora essa! está aqui uma pessoa a fazer o seu trabalho e ainda tenho de aturar isto!
- a senhora está a ser desnecessariamente rude. se não é da sua responsabilidade informar-me, então devia ter-me dito a quem me devo dirigir a fim de obter essa informação. vou apresentar reclamação da má gestão administrativa deste centro, não de si, porque enquanto está assim desse lado do balcão, a senhora é uma representante do centro de saúde.
e agora vim a casa buscar cartão de contribuinte e cartão da segurança social e lá vou eu de novo, com 40º de febre, para o gelo que está hoje na rua, com dores na coluna, nas mãos, nos joelhos e nos rins, tentar arranjar um papel que mais ninguém pode assinar senão um médico do sns.
diz ...